Rachado, PDT rompe com o governo Lula na Câmara, mas permanece fiel no Senado

Rachado, PDT rompe com o governo Lula na Câmara, mas permanece fiel no Senado


Após a demissão de Carlos Lupi, deputados federais do partido decidiram adotar postura de ‘independência’; nomeação de Wolney Queiroz sem uma consulta à bancada gerou desconforto

Ricardo Stuckert/PRLula e Gleisi Hoffmann durante a nomeaçãop de Wolney Queiroz como novo ministro da Previdência
Lula e Gleisi Hoffmann durante a nomeação de Wolney Queiroz como novo ministro da Previdência

A saída de Carlos Lupi do Ministério da Previdência Social aprofundou a crise interna no PDT (Partido Democrático Trabalhista), que anunciou nesta terça-feira (6) uma divisão entre suas bancadas na Câmara e no Senado. Enquanto os deputados federais decidiram romper com a base aliada do governo Lula e adotar postura de “independência”, os senadores do partido optaram por manter o apoio ao Palácio do Planalto. O rompimento foi oficializado quatro dias após Lupi pedir demissão em meio a uma investigação sobre fraudes no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Para o lugar dele, o governo nomeou Wolney Queiroz, ex-número 2 da pasta, sem consultar a bancada, o que gerou insatisfação entre os deputados.

Segundo o líder do PDT na Câmara, Mário Heringer (MG), a decisão de se tornar independente foi unânime. “Demos o primeiro passo, que é nos tornarmos independentes”, declarou. Heringer destacou, porém, que o partido não atuará como oposição direta e continuará apoiando pautas de interesse nacional, sobretudo aquelas alinhadas à centro-esquerda. No Senado, o líder Weverton Rocha (MA) reafirmou a permanência do apoio ao governo, mesmo reconhecendo a divergência interna. “Respeitamos a posição da bancada na Câmara e, embora tenhamos um posicionamento diferente, reiteramos que o partido segue unido em defesa dos ideais trabalhistas”, afirmou em nota assinada também pelas senadoras Ana Paula Lobato (MA) e Leila Barros (DF).

A saída do PDT da base governista representa mais um desafio para o governo Lula, que já enfrenta dificuldades para manter alianças estáveis no Congresso. A ministra Gleisi Hoffmann (PT), da Secretaria de Relações Institucionais, afirmou que seguirá dialogando com o partido para tentar reverter a decisão. Nos bastidores, parlamentares do PDT ressaltaram que a mudança não implica, por ora, a entrega de cargos indicados pela sigla no governo federal, incluindo postos no Ministério da Previdência e no INSS.

cta_logo_jp

Siga o canal da Jovem Pan News e receba as principais notícias no seu WhatsApp!

A ruptura ocorre num momento em que o partido avalia lançar uma nova candidatura presidencial em 2026. O ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT), que ficou em quarto lugar na eleição de 2022, já articula uma frente de oposição ao PT em nível estadual e apoiou publicamente o afastamento de sua legenda do governo Lula. Atualmente, o PDT possui 17 deputados federais e três senadores. A legenda integrava a base aliada desde o início do terceiro mandato de Lula, em 2023.

Publicado por Felipe Dantas

*Reportagem produzida com auxílio de IA





Source link