Bancada do partido na Câmara decidiu romper com o governo nesta 3ª feira (6.mai.2025) e passa a adotar postura de “independência”
O líder do PDT na Câmara dos Deputados, Mário Heringer (MG), disse a jornalistas nesta 3ª feira (6.mai.2025) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “não está dando a reciprocidade e o respeito que o PDT julga merecer”.
A bancada do partido na Casa rompeu com o governo nesta 3ª. Heringer disse que os deputados não serão oposição, mas irão adotar postura de “independência”.
“Não é retaliação, não é antagonismo. Tem de tomar cuidado nos movimentos que a gente faz para não parecer que estamos escolhendo o outro lado. Estamos escolhendo o nosso lado”, declarou a jornalistas na sala do PDT na Câmara, horas depois da reunião da bancada.
Heringer disse que o movimento é pela “preservação da imagem” do partido, “que foi duramente agredida”.
A decisão foi tomada em reunião na casa de Heringer, às 9h, em Brasília. Além dos 17 deputados da bancada, o ex-ministro da Previdência Carlos Lupi (PDT) também participou.
Lupi pediu demissão na 6ª feira (2.mai), diante de pressões relacionadas à investigação de fraudes no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
O pedetista foi aconselhado por deputados a deixar o cargo, sob a condição de que alinhasse o discurso de que as fraudes começaram no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e as apurações ficaram a encargo do governo petista.
No seu lugar, Wolney Queiroz, ex-líder do PDT na Câmara, foi nomeado, em movimento contrário ao que era defendido por Heringer. O governo também ainda não deu indicações de que dará outra função para o partido na Esplanada dos Ministérios.
Heringer disse que só Wolney poderá dizer como fica sua continuidade no cargo diante da decisão da bancada.
O líder já havia dito ao Poder360, quando Lupi ainda estava no cargo, que “demitir Lupi seria demitir o partido”.
O congressista também defendeu que o partido não indicasse substituto para o cargo porque avalia que o Ministério da Previdência “só traz ônus” e que o partido precisava de outra função, por apoiar “fielmente” o governo.
Nesta 3ª, Heringer disse que defendia mais um ministério para o PDT antes das fraudes no INSS. Ele também confirmou que o nome do deputado André Figueiredo (PDT-CE) era cogitado pelo partido para indicar ao governo, caso Lula decidisse dar outro ministério à sigla, antes da investigação.