Presidente do Senado indiciou Frederico de Siqueira para o Ministério das Comunicações e tem participado das comitivas internacionais de Lula; oposição começou a intensificar pressão

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), encontra-se no centro de um debate acalorado sobre a possível criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) destinada a investigar alegações de fraudes no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). A decisão de instalar a CPMI está nas mãos de Alcolumbre, que, de acordo com fontes próximas, está hesitante em prosseguir com o processo. O parlamentar busca evitar confrontos que possam prejudicar sua relação com o governo federal, especialmente após recentes vitórias políticas.
Exemplos dessa proximidade incluem a nomeação de Frederico Siqueira para o Ministério das Comunicações — após recusa de Pedro Lucas, também indicado por Alcolumbre — e a participação em comitivas internacionais ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O presidente do Senado embarcará nesta semana para viagens à Rússia e China, entre 6 e 14 de março. A ausência dele impossibilita a criação da CPMI, pois ela depende da leitura do presidente da Casa.
Por outro lado, a oposição está intensificando a pressão para que a CPMI seja instalada, argumentando que é crucial investigar os descontos indevidos em aposentadorias e pensões do INSS, que teriam começado em 2019. O senador Espiridião Amim (PP-SC), um dos principais defensores da investigação, afirma que é “um dever” proteger a seguridade social dos brasileiros. A oposição afirma que já conseguiu reunir as assinaturas necessárias para formalizar o pedido de criação da comissão, contando com o apoio de 29 senadores e 182 deputados.

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Para o governo, a situação é delicada, pois precisa encontrar um equilíbrio entre resolver o escândalo e evitar um desgaste político significativo. Há uma preocupação crescente de que a comissão possa se transformar em um palco de ataques ao governo. Apesar da boa vontade de Alcolumbre com o Palácio do Planalto para adiar a instalação da CPMI, a pressão interna e as investigações já em andamento, que incluem empréstimos consignados, tornam difícil evitar a criação.
*Com informações de André Anelli
*Reportagem produzida com auxílio de IA