Roda de Samba conta a história dos sambas-enredo

Roda de Samba conta a história dos sambas-enredo


“O samba enredo é condição primordial para o desfile das escolas de samba. Quem fornece combustível para a bateria é o samba.” Os compositores dos sambas “melhoram os enredos” do desfile de carnaval das escolas de samba.

As opiniões são do sociólogo Edson Farias, professor e pesquisador da Universidade de Brasília (UnB), autor dos livros “O Desfile e a Cidade: o carnaval-espetáculo carioca” e “Ócio e Negócio: festas populares e entretenimento-turismo no Brasil”, entre outras publicações sobre memória social e cultura brasileira.


Edson Farias, Sociologo da UnB, concede entrevista ao programa Roda de Samba, da Radio Nacional.
Edson Farias, Sociologo da UnB, concede entrevista ao programa Roda de Samba, da Radio Nacional.

 “Quem fornece combustível para a bateria é o samba”, afirma o professor e pesquisador da Universidade de Brasília (UnB) Foto – Arquivo Pessoal Edson Farias

O acadêmico e intelectual é o entrevistado do programa Roda de Samba deste domingo (4), ao meio-dia, na Rádio Nacional. O programa destaca a importância de nomes como Martinho da Vila (Vila Isabel) e Zuzuca (Salgueiro) para as transformações que o samba-enredo ou samba de enredo na virada dos anos 1960 para a década seguinte.

Novos temas

Em sua avaliação, “os esquemas de pensar o samba-enredo vão se alterando nos anos 70”, quando emergem novas formas de compor o samba de carnaval para enredos com conteúdo diferente da temática nacionalista existente desde a era de Getúlio Vargas.

Conforme Edson Farias, a adesão ao nacionalismo não foi mera imposição do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) no Estado Novo, mas uma atitude “negociada” pelos sambistas a partir dos anos 1940.


Rio de Janeiro (RJ), 03/03/2025 – Unidos da Tijuca abre os desfiles no segundo dia de carnaval do grupo Especial na Marquês de Sapucaí, na região central do Rio de Janeiro. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Rio de Janeiro (RJ), 03/03/2025 – Unidos da Tijuca abre os desfiles no segundo dia de carnaval do grupo Especial na Marquês de Sapucaí, na região central do Rio de Janeiro. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

A partir dos anos de 1970 as escolas de samba passam a diversificar os temas de seus sambas. Foto- Tomaz Silva/Agência Brasil

Trinta anos depois, os sambistas também foram protagonistas das transformações do desfile em espetáculo, que passa a ser televisionado. “A escola de samba e a televisão se encontraram em um momento crucial para ambas”, anota o pesquisador. Segundo ele, “a exuberância [das alegorias e da evolução dos passistas] atendia a televisão”, e as transmissões pela TV ajudaram o desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro a se afirmarem como “principal produto turístico” da capital fluminense.

O Roda de Samba é veiculado aos domingos em rede nas oito emissoras da Rádio Nacional e posteriormente é distribuído na Rede Nacional de Comunicação Pública (RNCP). O programa é produzido em parceria pela Agência Brasil e pela Rádio Nacional, e traz semanalmente entrevista com cantores, compositores, escritores, cineastas e intelectuais sobre o universo e o imaginário do samba.

Serviço

Programa Roda de Samba

Quando: Todo domingo ao meio-dia

Onde: Na Rádio Nacional da Amazônia (OC), de Brasília (AM e FM), Recife (FM), Rio de Janeiro (FM), São Luís (FM), São Paulo (FM) e do Alto Solimões (FM).

Visite a página do programa: https://radios.ebc.com.br/roda-de-samba



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