Mensagem que pede Pix para eleger um novo papa pode parecer brincadeira, mas levanta alerta para possíveis golpes
“Oie, aqui é do Conclave.” A frase, que abre uma mensagem viral pedindo Pix para custear a eleição de um novo Papa, pode parecer apenas mais um meme, mas acende um alerta. Apesar da brincadeira, esse tipo de conteúdo pode ser usado para aplicar golpes, principalmente em pessoas com pouca familiaridade com o ambiente digital, conforme alerta o especialista em direito digital consultado pelo portal LeoDias.
“Faça parte dessa história e ajude a eleger um novo Papa. Digite ‘sim’ para receber o link de pagamento.” Esse é um dos trechos de uma mensagem que circula nas redes sociais em tom de brincadeira, como se fosse uma arrecadação para bancar as quentinhas aos cardeais que participarão das eleições para a escolha de um novo Santo Padre após a morte do Papa Francisco.
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Mensagem que pede Pix para eleger um novo papa viraliza na web
Papa Francisco acenandoReprodução Vatican News
Documentário “Silvio Santos Vale Mais do que Dinheiro” foi lançado nesta quinta-feira (12/12)Reprodução
Embora pareça inofensivo, o conteúdo levanta um alerta importante: memes desse tipo já foram usados para aplicar golpes em quem não tem tanta familiaridade com o ambiente digital. Não é a primeira vez que mensagens assim viralizam, e além de confundir os mais desavisados, também representam riscos reais para o ambiente digital.
Durante o velório de Silvio Santos, uma mensagem circulou com um pedido de Pix, alegadamente vindo da família do comunicador para custear o enterro, o que, claro, era falso. Por trás do tom cômico, o golpe mora nos detalhes. A “piada de mal gosto” pode acabar enganando idosos e pessoas vulneráveis, que não estão acostumados com a linguagem usada nas redes.
Afinal, todos os dias surgem casos de internautas que acreditam estar em relacionamentos com astros como Brad Pitt ou Megan Fox, entregando suas economias a criminosos que se aproveitam da boa fé. O advogado especialista em direito digital, Daniel Blanck, indica que isso pode ser enquadrado em crimes como falsidade ideológica, estelionato ou até mesmo crime contra a honra.
“O estelionato ocorre quando alguém engana outra pessoa para obter algo em benefício próprio, como por exemplo dinheiro. Mesmo que a mensagem seja irônica, se a pessoa que está pedindo o Pix de forma disfarçada de brincadeira obtiver vantagem financeira ao enganar alguém, isso é crime!”, afirma o especialista.
“Quem compartilhar e espalhar esse tipo de conteúdo também pode ser responsabilizado, principalmente se ajudar a disseminar o golpe, pois está contribuindo para que mais pessoas caiam na fraude”, o advogado explica que para proteger os mais vulneráveis, é preciso adotar uma abordagem combinada entre medidas legais e educativas, além de uma legislação mais ampla.
“É importante que a lei ofereça uma proteção mais clara e eficaz contra o uso indevido da internet para fraude, além de estabelecer punições mais severas para quem utiliza essas ferramentas para enganar as pessoas. Paralelamente, é essencial investir em educação digital. Campanhas informativas podem ajudar a ensinar as pessoas a identificar golpes, a desconfiar de ofertas tentadoras e a tomar cuidados”, finaliza.
