Congresso em Foco

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Comemorado em 1º de maio, o Dia do Trabalhador é um marco das lutas por direitos trabalhistas no Brasil e no mundo. A origem da data remonta a 1886, quando milhares de operários tomaram as ruas de Chicago, nos Estados Unidos, exigindo a redução da jornada exaustiva de trabalho, que podia ultrapassar 14 horas por dia. A repressão foi violenta e resultou em mortes e prisões, mas o episódio entrou para a história como símbolo da resistência operária. No Brasil, o feriado foi oficializado em 1925 e se tornou, ao longo do tempo, palco de anúncios governamentais e mobilizações populares.

Em homenagem à data, o Congresso em Foco selecionou livros que ajudam a compreender como o trabalho moldou, e ainda molda, as relações sociais, econômicas e políticas e as barreiras enfrentadas por quem vive essa realidade. São obras que revelam, por meio da ficção ou de relatos reais, as jornadas exaustivas e condições degradantes do trabalhador ao longo da história.

Livros que retratam a luta árdua do trabalhador pelo direito de melhores condições de vida

Livros que retratam a luta árdua do trabalhador pelo direito de melhores condições de vidaMontagem: Congresso em Foco

Confira a lista completa:

1- O Cortiço – Aluísio Azevedo

Classificação indicativa: 14 anos

Gênero: Romance

Clássico da literatura brasileira, O Cortiço expõe a vida em uma habitação coletiva no Rio de Janeiro do século XIX. A rotina dos moradores, composta por operários, lavadeiras, comerciantes e empregadas, revela a dureza do trabalho urbano e a ascensão social às custas da exploração. O livro traça um retrato cru das relações de classe e poder.

2- A Fábrica – Hiroko Oyamada

Classificação indicativa: 14 anos

Gênero: Romance/Ficção

Em narrativa breve e perturbadora, a autora japonesa retrata três personagens que trabalham em uma fábrica sem saber exatamente o propósito de suas funções. Com tom burocrático, o livro critica a alienação e o vazio da rotina corporativa moderna, onde o trabalho se torna um ciclo sem sentido. Um espelho do trabalho fragmentado na sociedade atual.

3- Capitães da Areia – Jorge Amado

Classificação indicativa: 14 anos

Gênero: Romance

Publicado em 1937, o livro acompanha um grupo de meninos de rua que vive em Salvador. Desde muito jovens, eles enfrentam a exclusão, a violência policial e a falta de oportunidades, sendo obrigados a trabalhar desde cedo em atividades marginais. A obra denuncia o abandono do Estado e a realidade de um Brasil dividido por classes.

4- Quarto de Despejo – Carolina Maria de Jesus

Classificação indicativa: 14 anos

Gênero: Diário/Literatura autobiográfica

Publicado em 1960, o livro reúne anotações reais do cotidiano de Carolina, catadora de papel e moradora da favela do Canindé, em São Paulo. Com linguagem simples e direta, ela narra a luta pela sobrevivência em meio à fome, à pobreza e ao trabalho informal. A obra escancara a invisibilidade do trabalho marginalizado e a força de uma mulher negra diante da exclusão social.

5- A Revolução dos Bichos – George Orwell

Classificação indicativa: 12 anos

Gênero: Fábula política/Romance

Na sátira escrita por Orwell em 1945, os animais de uma fazenda se rebelam contra os humanos para construir uma sociedade mais justa. A princípio, todos trabalham por igualdade, mas o poder logo corrompe os líderes. A fábula denuncia estruturas de exploração e manipulação no trabalho coletivo, com paralelos claros à lógica autoritária e à desigualdade nas relações laborais.

6- A Cor Púrpura – Alice Walker

Classificação indicativa: 16 anos

Gênero: Romance/Drama

Vencedora do Pulitzer, a obra narra a trajetória de Celie, mulher negra e pobre do sul dos Estados Unidos, submetida a abusos e trabalhos forçados. Aos poucos, ela conquista autonomia e voz própria. O trabalho aparece como instrumento de opressão e, mais tarde, como meio de emancipação e dignidade. Um relato comovente de resiliência.

7- Germinal – Émile Zola

Classificação indicativa: 16 anos

Gênero: Romance

Considerado um dos maiores romances do século XIX, Germinal retrata o sofrimento de mineiros no norte da França durante uma greve. Zola mergulha nos detalhes da vida nas minas, nas jornadas exaustivas, na fome e na revolta coletiva. O livro é um manifesto literário sobre exploração, desigualdade e resistência da classe trabalhadora.



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