Senador afirma que a federação, oficializada na 3ª feira (29.abr), será “dique de proteção” contra as medidas do governo
O senador Ciro Nogueira (PP-PI), co-presidente da federação União Progressista, oficializada em cerimônia na 3ª feira (29.abr.2025), disse que a nova bancada não será de apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas que o petista “não tem que ter medo” porque o objetivo não é ser “contra o Brasil”, mas sim um “grande dique de proteção” contra medidas do governo.
“Ele não tem que ter medo. Vejo essa federação como um grande dique de proteção à sociedade contra medidas que esse governo — que está com baixa popularidade e perdendo cada vez mais a identidade com as ruas — pode vir a tomar e que possam prejudicar o país. Não é de apoio ao governo. Mas também não vai ser contra o Brasil. Medidas que possam fazer com que as pessoas sintam confiança na política econômica terão o nosso apoio”, disse Ciro, em entrevista publicada pelo portal Metrópoles nesta 5ª feira (1º.mai.2025).
“São líderes políticos do país que têm uma identidade de bandeiras, de defesas de causas que vão fazer nosso país crescer. Vejo essa federação como uma grande bússola política para o país. O Brasil foi feito de grandes ciclos políticos. O ciclo do PDS no passado, depois veio o ciclo do MDB, depois o ciclo do PSDB com Fernando Henrique. E eu acho que agora está se encerrando o ciclo do PT, com o presidente Lula. E nas eleições passadas de 2024, o Brasil mandou um grande recado de apoio ao centro no nosso país”, declarou.
Para o senador, a união dos partidos mostra que, mesmo com divergências políticas, houve um consenso em “trabalhar para o país” que motivou a decisão da federação. Ciro disse que de 80% a 90% da bancada do Progressista tem um viés de oposição ao governo e que, por isso, cria-se um “constrangimento” em haver ministros da sigla no governo.
“É uma discussão para depois das convenções, essa saída do governo. Espero que aconteça. Por mim, meu partido nem teria entrado com nenhum indicado. Mas é uma discussão. Mas isso não vai querer dizer que vai mudar a votação dos deputados. Porque desde a chegada do presidente Bolsonaro ao poder, acabou muito esse ‘toma lá dá cá’ de ministérios”, afirmou.
A respeito da insatisfação de alguns congressistas com a federação, Ciro declarou que será preciso dialogar bastante com os filiados. “O fundamental de uma federação é que projetos individuais têm de ser deixados de lado pensando mais no projeto coletivo”, afirmou.