Estudo da Universidade Estadual de Campinas pode abrir caminho para avanços no tratamento da esquizofrenia
Um estudo da Universidade Estadual de Campinas, Unicamp, pode mudar os rumos dos tratamentos para esquizofrenia em todo o mundo. Isso porque os cientistas paulistas identificaram o papel de uma proteína no surgimento da doença e agora, sonham com novas perspectivas para pesquisas e medicamentos mais eficazes no futuro.
Publicado na revista britânica Journal of Neurochemistry, o estudo da Unicamp identificou que a desregulação de uma proteína chamada hnRNP A1, que pode ter um papel fundamental no surgimento da esquizofrenia. A descoberta foi feita a partir de testes em animais e mostra que essa alteração pode ocorrer ainda durante a gestação.
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Segundo os pesquisadores, a proteína é essencial para a formação da bainha de mielina, que funciona como uma espécie de “capa protetora” para os neurônios. Quando os neurônios não estão devidamente revestidos, a transmissão de informações e comandos no cérebro acaba falhando, o que pode desencadear a esquizofrenia.
Além disso, o estudo também reforça a ideia de que a doença começa a se desenvolver ainda na barriga da mãe, enquanto o cérebro do bebê está se formando. Nessa fase, proteínas importantes para a proteção e o funcionamento dos neurônios já podem apresentar falhas, que podem comprometer o desenvolvimento adequado do cérebro e aumentar o risco de surgimento da esquizofrenia.
Apesar da descoberta ser um passo importante, os cientistas ressaltam que ainda estão longe de encontrar uma cura para a doença. Eles enxergam o avanço como uma base importante para o desenvolvimento de tratamentos e mais eficazes: “Essa proteína é um novo alvo e a gente agora tem que acertar nesse novo alvo para conseguir tratar melhor a doença”, explica o professor Daniel Martins-de-Souza ao G1.