Ela vestiu o Brasil antes de virar trend: por que Tieta ainda inspira a moda nacional

Ela vestiu o Brasil antes de virar trend: por que Tieta ainda inspira a moda nacional


Com estilo ousado, alma livre e atitude provocadora, Tieta construiu um legado que atravessa gerações e continua ecoando nas passarelas e no imaginário brasileiro

Muito antes da estética hot girl ou da tendência do “barroco sexy” invadir os desfiles, uma personagem brasileira já misturava sensualidade, exagero e regionalismo de forma única. Tieta, eternizada por Betty Faria na novela de 1989, foi muito mais do que um marco da dramaturgia: ela virou ícone de moda.

Com seus visuais intensos e inesquecíveis, a personagem construiu uma identidade estética própria — um repertório de estilo que ainda hoje inspira coleções, editoriais e desfiles. Recentemente, Tieta voltou à cena como musa da coleção da Misci, trazendo de volta o debate sobre moda popular, nordeste e feminilidade como potência política.

Veja as fotos

Créditos: Leca Novo

Misci homenageia Tieta em desfile: nordeste, arte e moda como forma de resistência e desejoCréditos: Leca Novo

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Nanda Figueira Misci homenageia Tieta em desfile: nordeste, arte e moda como forma de resistência e desejoCréditos: Leca Novo

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Misci homenageia Tieta em desfile: nordeste, arte e moda como forma de resistência e desejoCréditos: Leca Novo

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Misci homenageia Tieta em desfile: nordeste, arte e moda como forma de resistência e desejoCréditos: Leca Novo

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Misci homenageia Tieta em desfile: nordeste, arte e moda como forma de resistência e desejoCréditos: Leca Novo

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Ela vestiu o Brasil antes de virar trend: por que Tieta ainda inspira a moda nacionalCréditos: Leca Novo


A mulher que vestia vermelho, animal print e muita opinião

O estilo de Tieta unia elementos provocativos e ousados para a época: peças colantes, vestidos de poá, saias lápis e ombreiras, tudo acompanhado de cintos largos, brincos de argola, pulseiras empilhadas e colares dourados. Um closet recheado de símbolos que dialogavam com uma mulher que não pedia desculpas por ocupar espaço.

O combo vermelho + oncinha virou assinatura. As calças justíssimas (quase uma legging) se tornaram fetiche fashion. E o batom vermelho? Um lembrete constante de que Tieta era, acima de tudo, desejo e liberdade.

Franja, volume e lenço de seda: o cabelo também falava alto

Se o figurino era impactante, o cabelo não ficava atrás. Volume, frizz, cachos marcados. Era uma estética pré-clean girl, onde o natural era celebrado, não contido. O lenço de seda amarrado na cabeça, os óculos escuros, o coque improvisado: tudo era estilo, mesmo sem a intenção de parecer cool.

Cinema, releitura e legado

Na versão cinematográfica, Sônia Braga deu nova vida à personagem com uma leitura menos kitsch, mas igualmente sexy. A Tieta do cinema trouxe vestidos tomara-que-caia, chapéus exagerados e acessórios refinados — sem nunca abandonar o DNA da personagem: solar, vibrante, provocadora.

Uma mulher antes do seu tempo

Mais do que um ícone fashion, Tieta era uma mulher à frente da sua época. Expulsa de sua cidade por quebrar padrões, ela retorna poderosa, decidida e dona de si. Em uma era em que mulheres ainda eram silenciadas, ela representava voz, liberdade e afirmação. Uma figura que incomodava por existir com intensidade — e que hoje inspira por ter feito isso primeiro.

Tieta é a personificação da mulher brasileira: forte, sensual, irreverente, criativa. E talvez por isso nunca tenha saído de moda — porque ela não era apenas tendência. Ela era (e é) símbolo.



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