Às vésperas de conclave, cardeais buscam um novo papa ‘unificador’

Às vésperas de conclave, cardeais buscam um novo papa ‘unificador’


Em 12 anos de pontificado, Francisco foi criticado pelos setores mais conservadores da Igreja Católica devido ao perfil reformista; processo para a escolha de seu sucessor deve começar entre 5 e 6 de maio

Riccardo Antimiani/EFE/EPACardeais durante a missa de funeral do Papa Francisco na Praça de São Pedro, na Cidade do Vaticano
Cardeais durante a missa de funeral do papa Francisco na Praça de São Pedro, na Cidade do Vaticano

Cardeais envolvidos no conclave para eleger o sucessor de papa Francisco expressaram sentimentos de “apreensão”, “responsabilidade” e “esperança” enquanto iniciam discussões sobre o perfil do próximo pontífice. Para muitos, a principal característica desejada é que o novo papa seja um “unificador”, capaz de trazer harmonia para a Igreja Católica. Os 12 anos de pontificado de Francisco, o primeiro papa latino-americano, foram marcados por reformas significativas e um estilo simples, o que lhe garantiu tanto admiradores quanto opositores, especialmente entre os setores mais conservadores da Igreja.

Em uma missa realizada na noite de quinta-feira (24) em Roma, o cardeal francês Jean-Marc Aveline resumiu o desafio do conclave, dizendo: “A tarefa que nos concerne nestes dias está além de nós e, ainda assim, nos compele”. O cardeal luxemburguês Jean-Claude Hollerich também se mostrou apreensivo, mas otimista. Ele afirmou que o conclave, provavelmente a ser iniciado entre 5 e 6 de maio, “deve ser encarado com responsabilidade”, reforçando que a decisão é para toda a Igreja.

Na sexta-feira (25), os cardeais se reuniram no Vaticano para discutir as prioridades para o próximo pontificado. Essas reuniões informais, conhecidas como “congregações”, permitem que os cardeais compartilhem suas visões antes do início do conclave. Durante os encontros, os cardeais não passaram despercebidos e foram frequentemente abordados por jornalistas.

Entre as discussões, o cardeal britânico Vincent Nichols destacou o peso da tarefa, descrevendo o momento de escolha do próximo papa como “realmente intimidante”. Ele afirmou que o trabalho será feito “com paz e oração”, uma vez que as portas do conclave se fecharem. Quanto ao perfil do futuro papa, o cardeal Hollerich sugeriu que a origem geográfica não deveria ser um critério primordial. Para ele, mais importante do que a região é a competência e a personalidade do futuro pontífice, que deve ser “um unificador” e “um homem simples, capaz de ouvir pessoas de diferentes perspectivas”.

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Do lado conservador, o cardeal alemão Gerhard Müller alertou sobre os riscos de cisma caso um papa progressista seja eleito, enfatizando que a questão não é entre conservadores e liberais, mas entre “ortodoxia e heresia”. Já o cardeal hondurenho Oscar Rodríguez Maradiaga, apesar de não poder votar por ter mais de 80 anos, expressou confiança na unidade do conclave, acreditando que o bom senso prevalecerá.

*Com informações da AFP
Publicado por Felipe Cerqueira





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