Com 138 cardeais aptos a votar — todos com menos de 80 anos — o Brasil surge como um dos países com maior representatividade no colégio eleitoral
A morte do Papa Francisco nesta segunda-feira (21/4) marca o início da chamada Sé Vacante, período em que o trono papal permanece desocupado até a eleição de um novo pontífice. A Igreja Católica, agora em luto, se organiza para os ritos funerários e prepara a realização do conclave — cerimônia que definirá o novo sucessor de Pedro.
Com 138 cardeais aptos a votar — todos com menos de 80 anos — o Brasil surge como um dos países com maior representatividade no colégio eleitoral. São sete os brasileiros elegíveis, e entre eles, dois nomes despertam atenção no cenário vaticano: Dom Sérgio da Rocha e Dom Leonardo Ulrich Steiner, apontados por analistas como fortes candidatos.
Veja as fotos
Sérgio da Rocha (Brasil)
Leonardo Ulrich Steiner (Brasil)
Papa faleceu em decorrência de um AVCFoto/Vaticano
Em 2017, papa já havia criticado a tradução do trecho “não nos induzais à tentação”Foto: AFP
Foto: Yara Nardi/Reuters
Vaticano anunciou a morte do Papa FranciscoFoto/Instagram/Vaticano
Entre os cardeais brasileiros com direito a voto, há figuras com trajetórias marcantes na Igreja e influência crescente no contexto latino-americano:
- Dom Sérgio da Rocha, arcebispo de Salvador, é um dos principais nomes cogitados para a liderança da Igreja. Exerce função estratégica no Conselho de Cardeais, órgão que auxilia diretamente na governança do Vaticano. Tem 65 anos e já passou por importantes arquidioceses, como Teresina e Brasília.
- Dom Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus, tem se destacado como uma liderança espiritual próxima das comunidades amazônicas. Com uma atuação voltada às questões socioambientais, foi nomeado por Francisco em 2019 e traz consigo a força do franciscanismo e da Teologia da Libertação. Tem 74 anos.
Outros nomes relevantes do episcopado nacional também integram o grupo de eleitores:
- Dom Jaime Spengler, atual presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), lidera a arquidiocese de Porto Alegre desde 2023. Franciscano, tem se consolidado como uma voz respeitada entre os bispos da América Latina. Tem 64 anos.
- Dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, é talvez o cardeal brasileiro mais conhecido. Aos 75 anos, exerce um papel fundamental como Grão-Chanceler da PUC-SP, mas não é visto como um dos favoritos nesta eleição.
- Dom Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, também traz uma longa trajetória dentro da Igreja. Já foi arcebispo de Belém e bispo de São José do Rio Preto. Hoje, aos 74 anos, ainda é uma figura de respeito, embora menos mencionado entre os prováveis papáveis.
- Dom Paulo Cezar Costa, com apenas 57 anos, é o mais jovem do grupo. Arcebispo de Brasília, integra a Pontifícia Comissão para a América Latina, tendo ganhado espaço no diálogo entre o Vaticano e os países do continente.
- Dom João Braz de Aviz, com 77 anos, é arcebispo emérito de Brasília e teve papel central como prefeito do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada. É reconhecido por sua defesa da Teologia da Libertação.
Outros latino-americanos na disputa
Além do Brasil, outros países da América Latina também participam do conclave com nomes expressivos. O destaque argentino é Víctor Manuel “Tucho” Fernández, prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé. Do México vêm os cardeais Francisco Robles Ortega e Carlos Aguiar Reyes. Também estarão presentes representantes de Cuba, Guatemala, Nicarágua, Chile, Equador, Paraguai, Peru e Uruguai.
Ao todo, 19 latino-americanos terão direito a voto, em um conclave que promete forte presença do continente que viu nascer o Papa Francisco.
