EUA aliviam taxas portuárias para navios construídos na China

EUA aliviam taxas portuárias para navios construídos na China


Governo Trump revisou medida para proteger os donos de embarcações que operam nos Grandes Lagos, no Caribe e nos territórios americanos

O governo do presidente Donald Trump (Partido Republicano) anunciou na 5ª feira (17.abr.2025) que vai proteger os exportadores americanos e os proprietários de embarcações que operam nos Grandes Lagos, no Caribe e nos territórios dos Estados Unidos das tarifas portuárias que seriam cobradas das embarcações construídas na China. As informações são da agência de notícias Reuters.

A medida, publicada pelo USTR (Gabinete do Representante Comercial dos EUA) no Registro Federal (equivalente ao Diário Oficial da União brasileiro), busca revitalizar a indústria naval americana e conter o domínio marítimo da China.

A proposta foi reduzida em relação ao plano de fevereiro, que previa taxas de até US$ 1,5 milhão por escala portuária para navios de construção chinesa. O setor marítimo, que transporta cerca de 80% do comércio global, temia que a medida original encarecesse as exportações americanas e impusesse custos anuais de cerca de US$ 30 bilhões aos consumidores.

Os navios e o transporte marítimo são vitais para a segurança econômica americana e o livre fluxo de comércio”, afirmou Jamieson Greer, representante de Comércio dos EUA, citado pela Reuters.

As ações da administração Trump começarão a reverter o domínio chinês, enfrentar ameaças à cadeia de suprimentos dos EUA e criar demanda por navios construídos no país.”

As taxas sobre os navios chineses são mais um ponto de tensão que se soma à atual guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.

Principais isenções e ajustes

O USTR concedeu as seguintes isenções:

  • Navios que transportam mercadorias entre portos domésticos;
  • Embarcações que operam entre portos americanos e ilhas do Caribe ou territórios dos EUA;
  • Navios americanos e canadenses que atracam nos portos dos Grandes Lagos;
  • Embarcações vazias que chegam para carregar exportações como trigo e soja.

Empresas americanas como a Matson e Seaboard Marine foram beneficiadas pelas isenções.

Cronograma gradual de implementação

A implementação gradual das tarifas portuárias reflete a realidade do setor: construtores navais americanos produzem cerca de 5 embarcações por ano, contra mais de 1.700 da China. As taxas serão aplicadas a partir de 14 de outubro:

  • Para navios construídos na China e de propriedade chinesa: US$ 50 por tonelada líquida, aumentando US$ 30 por ano nos próximos 3 anos;
  • Para navios construídos na China, mas de propriedade não-chinesa: US$ 18 por tonelada líquida, com aumento anual de US$ 5 no mesmo período.

Para transportadores de GNL (Gás Natural Liquefeito), o cronograma é ainda mais longo. Deverão transportar 1% das exportações americanas de GNL em navios construídos, operados e registrados nos EUA no prazo de 4 anos.

As ações tanto da administração do ex-presidente Joe Biden (Partido Democrata) quanto da Trump refletem um raro consenso bipartidário sobre a necessidade de revitalizar a construção naval americana.

Líderes dos sindicatos United Steelworkers e International Association of Machinists and Aerospace Workers, 2 dos 5 sindicatos que solicitaram a investigação ao USTR, aplaudiram o plano e declararam estar prontos para trabalhar com o Congresso para revitalizar a construção naval doméstica e criar empregos de alta qualidade.

Já a AAFA (American Apparel & Footwear Association) reiterou sua oposição, afirmando que as taxas portuárias e as tarifas propostas sobre equipamentos irão reduzir o comércio e resultarão em preços mais altos para os consumidores.

O USTR realizará uma audiência em 19 de maio para discutir tarifas propostas sobre guindastes de carga, chassis de contêineres e peças de chassis. A China domina a fabricação de guindastes portuários, que o USTR planeja taxar em 100%.





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