O “The New York Times” descreveu a viagem espacial de Katy Perry e demais companheiras como um ato disfarçado de feminismo. Segundo a análise do jornal, a missão da Blue Origin, empresa de Jeff Bezos, dono da Amazon, embora promovida como um marco de empoderamento feminino por ser a primeira tripulação totalmente feminina desde 1963, teve mais um caráter de marketing e turismo espacial de elite do que um avanço genuíno para a igualdade de gênero ou a ciência.
Viagem de 11 minutos sem valor científico
A crítica, escrita por Amanda Hess, aponta que a viagem, com duração de apenas 11 minutos, não envolveu pesquisa científica ou treinamento extensivo, como o da cosmonauta Valentina Tereshkova, que orbitou a Terra por três dias em 1963.
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Em vez disso, a tripulação – composta por celebridades como Katy Perry, Gayle King e a própria noiva de Bezos, Lauren Sánchez, além da ex-cientista de foguetes Aisha Bowe, a astronauta e ativista Amanda Nguyen e a produtora Kerianne Flynn – foi vista como um grupo de “turistas espaciais” cuja missão principal era “experimentar a ausência de gravidade, ver a Terra de cima e transmitir ao vivo”, funcionando como uma plataforma promocional para a Blue Origin nada mais.
Feminismo usado como “verniz social”
O jornal argumenta que a narrativa de “feminismo” foi usada para dar um verniz socialmente relevante à missão, mas que, na prática, ela reforça a exclusividade do turismo espacial, acessível apenas aos extremamente ricos, sem abordar questões reais de desigualdade, como a sub-representação de mulheres na ciência aeroespacial ou os desafios enfrentados por mulheres em contextos menos privilegiados.
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A escolha de figuras públicas de alto perfil, como Perry, foi vista como uma estratégia para gerar publicidade, comparada a uma “coleção de bonecas American Girl”, onde a diversidade de perfis serviu mais para destacar o glamour do evento do que para promover mudanças estruturais.
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Além disso, a crítica destaca que a missão não ofereceu benefícios concretos para a ciência ou para as mulheres em geral, sendo mais um exemplo de “feminismo de mercado”: “Uma estética superficial que não enfrenta os problemas reais das mulheres na Terra, como a perda de direitos básicos”, justifica a publicação.