Igor Calvet, da associação de fabricantes de veículos, afirma que impacto da incerteza na economia no segmento é maior que a média
O presidente da Anfavea (Associação de Fabricantes de Veículos Automotores), Igor Calvet, disse ao Poder360 que a queda nas vendas de caminhões pesados de janeiro a março deste ano “é preocupante”.
Calvet, que se tornou presidente da Anfavea em 15 de abril de 2025, afirmou que o segmento de caminhões pesados é mais sensível do que a média ao aumento de custo do financiamento e às incertezas econômicas. A redução nas vendas pode ser o prenúncio de queda acentuada na atividade econômica.
O BC (Banco Central) elevou a Selic, taxa básica de juros, para 14,25% ao ano em 19 de março. A expectativa da política monetária é que a alta de juros reduza o ritmo de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) para conter a alta da inflação.
Os compradores de caminhões pesados, em geral empresas com grandes frotas, evitam a substituição dos veículos que têm caso avaliem que há risco de queda no faturamento.
Houve 13.100 emplacamentos de novos caminhões pesados no 1º trimestre de 2025, segundo dados divulgados pela Anfavea em 8 de abril. Isso representou queda de 7% em relação ao total de emplacamentos do 1º trimestre de 2024.
QUEDA DE 16,5% EM MARÇO
Em março, foram 4.400 emplacamentos de novos caminhões. Houve queda de 16,5% em relação a março de 2024.
As vendas totais de veículos novos no país cresceram. Houve 552 mil emplacamentos no 1º trimestre de 2025, alta de 7,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. Em março de 2025, foram 195,5 mil emplacamentos. Houve alta de 4,2% em relação a março de 2024.