Presidente Xi Jinping reforçou integração asiática frente à crise com os EUA ao assinar acordos bilaterais com a Malásia
O presidente da China, Xi Jinping, afirmou nesta 5ª feira (17.abr.2025) que países asiáticos devem se unir contra o protecionismo, o unilateralismo e a fragmentação geopolítica. A fala foi feita durante visita oficial à Malásia, onde os 2 países anunciaram a elevação da parceria bilateral.
Sem citar os Estados Unidos, Xi afirmou que, diante dos choques à ordem e à globalização econômica, “nossas duas nações permanecerão unidas a outros países da região para, juntos, resistirem às correntes subterrâneas de confrontos geopolíticos e divisionistas“.
No início do mês, Donald Trump (Partido Republicano) estabeleceu tarifas de 125% sobre produtos chineses, que se somam a um imposto anterior de 20% aplicado desde março, totalizando uma carga de 145%. Em resposta, a China adotou uma retaliação equivalente, impondo a mesma taxa sobre produtos norte-americanos.
O presidente da China destacou ainda que os países devem trabalhar juntos para “superar os retrocessos do unilateralismo e do protecionismo, e proteger as promissoras perspectivas de desenvolvimento da nossa casa asiática compartilhada“.
Durante a visita, foram assinados acordos em setores como infraestrutura, agricultura, mídia e transporte ferroviário. A China também se disse favorável à inclusão da Malásia nas iniciativas do BRICS. Eis a íntegra do pronunciamento compartilhado dos dois países.
Agora, China e Malásia possuem o status de “comunidade estratégica de alto nível com um futuro compartilhado”.
A nova fase da parceria reforça o alinhamento político. Ambos os países reafirmaram o compromisso com a Carta da ONU, com o multilateralismo e com a segurança regional —especialmente na estabilidade do Mar do Sul da China.
Também defenderam a integração econômica no Sudeste Asiático e em blocos como a RCEP (Parceria Econômica Regional Abrangente) —um acordo de livre-comércio entre os 10 países da ASEAN (Associação de Nações do Sudeste Asiático).
A Malásia pontuou ainda alinhamento com a Política de Uma Só China, reconhecendo o Governo da República Popular da China como o único legal do país, e opondo-se à independência de Taiwan.
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