Danilo Gentili rebate acusações de ex-assistente sobre caso com Otávio Mesquita

Danilo Gentili quebrou o silêncio ao se manifestar nesta quarta-feira (16/4) em relação à acusação de estupro feita por Juliana Oliveira contra Otávio Mesquita. Juliana, que trabalhou como assistente no The Noite, declarou recentemente que não teve apoio de Gentili quando relatou o episódio ocorrido durante uma gravação em 2016. Em um vídeo divulgado nas redes sociais, o apresentador rebateu a fala da ex-colega, afirmando que ela “mentiu” ao dizer que não recebeu ajuda.

De acordo com Gentili, ele teria se oferecido para acompanhá-la à polícia e ao setor de compliance do SBT, além de colocar à disposição um advogado — proposta que, segundo ele, Juliana teria recusado. Em uma gravação de aproximadamente 45 minutos, ele apresentou áudios de conversas com ela e trocas de mensagens com seu advogado, afirmando que estava disposto a formalizar a denúncia mesmo sem a aprovação dela.

“Tudo o que eu tenho para dizer sobre o caso Juliana vs Otávio Mesquita está nesse vídeo. Tentei deixar o vídeo o mais curto possível, mas eu não consegui, pois ele contém áudios completos. O vídeo tem 3 partes: 1) Eu conto a minha versão de como eu enxerguei a história toda estando ali ao lado da cena. 2) Eu traço a linha cronológica dos fatos. Isso é importante para compreenderem tudo. 3) Eu mostro porque a Juliana é injusta quando diz que ninguém ficou do lado dela. Assistam e tirem as próprias conclusões”, declarou.

No relato, Gentili reforça que nunca teve uma boa relação com Otávio Mesquita e que não o queria no programa.

“Eu vou ser sincero, Otávio Mesquita é mala para caramba, ele já tinha sido bem c***** comigo algumas vezes, que eu não vou pôr aqui no vídeo, se quiser outro vídeo eu falo, senão vai desviar o assunto. Eu tava de saco cheio dele lá. Ele foi bem desleal comigo. Não só comigo, como com outros colegas da casa. Tem vários relatos”, disparou.

Sobre o momento citado por Juliana como sendo de abuso, Gentili diz ter entendido à época que se tratava de uma interação aceitável entre os dois, com base em episódios anteriores.

“Aí a Juliana reclama, fala: ‘Ah, ele passou a mão em mim’. O que acontece? Na minha cabeça ali na hora, como poucos meses antes a Juliana estava fazendo uma matéria com Otávio Mesquita no Clube das Mulheres, se esfregando nele, simulando cenas picantes, eu entendi que eles têm tal liberdade para isso”, explicou.

Ele reforça que, caso tivesse percebido algo mais grave, a situação teria sido tratada de forma completamente diferente.

“Se eu tivesse entendido qualquer coisa diferente disso, eu teria parado o programa na hora e não teria nem ido para o ar. O fato de estar no ar desde 2015 até hoje mostra que nenhum de nós achamos que alguma coisa errada e eu vou explicar toda a ordem do negócio”, afirmou.
“Se eu tivesse recebido naquele dia uma denúncia em um tom de estupro, a história seria outra, como vocês vão ver já, já nas conversas que eu vou mostrar”, disse.

Segundo ele, foi somente anos depois — mais precisamente em 2020, durante o caso envolvendo Dani Calabresa e Marcius Melhem — que Juliana afirmou se tratar de estupro. Mesmo assim, ele garante que nunca questionou o relato dela.

“E quando a Juliana veio quase 5 anos depois e me disse que sofreu um abuso, em nenhum momento eu questionei se aquilo foi um abuso ou não foi. O que eu falei é: ‘Nós estamos na trincheira, nós somos da mesma equipe. Vem comigo e eu vou denunciar ele na polícia’. Eu vou mostrar o áudio. Ela diz: ‘Não quero que denuncie na polícia’”, disse.

“Eu falo: ‘Então, eu vou levar no compliance do SBT e nós vamos denunciar ele no RH do SBT’, e ela me diz ‘Não quero que denuncie no SBT’. Então, eu falo: ‘Vou colocar o meu advogado à sua disposição, você vai conversar com ele e seja lá o que você quiser fazer, eu vou te dar suporte financeiro, jurídico, de apoio, porque nós somos uma equipe aqui, e se você se sentiu lesada, eu estou com você. Ela diz: ‘Eu não quero nada’. Ela diz: ‘Eu não quero nada dele, eu só quero que ele não vá mais lá’”, afirmou ele.

Gentili afirma ainda que, após esse pedido, barrou a entrada de Mesquita no estúdio, protegendo Juliana conforme ela desejava — e que ficou frustrado ao ser posteriormente acusado de omissão.

“Ela foi na mídia me difamar, fazer com que eu pareça uma má pessoa. Eu proibi o Otávio Mesquita de entrar lá por causa da Juliana. E eu nunca expus a Juliana para que ele não fosse lá encher o saco da Juliana. Eu matei no peito e falei: ‘Você sabe por quê? ‘Aí você vai falar: ‘Não, mas tinha que ter denunciado’, mas tinha por que é o quê? Vocês vão ouvir o áudio que eu vou passar. Eu queria ter ido à polícia, a Juliana não quis, não deixou. Eu queria ter denunciado no SBT, a Juliana não deixou. O que ela disse é: ‘Eu não quero mais ele lá’. Eu falei: ‘Então é isso que eu vou fazer, se é isso que você quer’”, frisou.

O apresentador também exibiu trechos de conversas como forma de provar sua disposição em agir, afirmando que sua postura sempre foi pela responsabilização do acusado.

“A minha vontade sempre foi fazer a denúncia, sabe por quê? Você tem o vídeo, manda para a perícia. Você tá se sentindo assim? Tem o vídeo? Manda para a perícia. Vamos acabar com essa história logo. Manda para o SBT. Essa sempre foi minha postura, ou seja, eu, dono do programa, estou do lado dela, como que ela fala que tinha medo de perder o emprego?”, desabafou.

Danilo finaliza o vídeo alegando ter afastado Mesquita até mesmo quando ele apareceu sem ser convidado. Ele ainda rebate falas recentes de Juliana, acusando-a de injustiça.

“Eu estava dando a blindagem que a Juliana pediu. Se ela quisesse denunciar, eu teria denunciado. Se ela quisesse advogado, eu tinha advogado, mas ela me pediu só para que eu não levasse mais Otávio, foi o que fiz. Fiz tudo isso. O que a gente ouve no final? É isso aí, ó. ‘Ô, Danilo, aconteceu debaixo do seu nariz e você não fez nada. Eu tenho que ser branca, rica, eu tenho que ser o quê para você me defender? A sua comoção é seletiva?’ Como é que é?”, questionou.

“Então é isso, isso que a Juliana falou no vídeo. É coerente com o que vocês ouviram nas conversas privadas? Tira as conclusões de vocês, tá bom?”, continuou Gentili, que se dirigiu, então, a Juliana.
“Não dá para falar que você é negra e pobre, porque você não é, porque você ganhou bastante dinheiro. Fiquei feliz em te dar uma carreira. Fora isso, eu realmente, por você ser negra, jamais ajudaria você. Puxa vida, me pegou nessa”, ironizou.
“É isso aí que a gente ganha, pessoal. Todo mundo que vira militante, enfia uma faca nas suas costas”, finalizou.