Ex-presidente considera legítimo o debate no Congresso, mas sugere que o próprio Supremo promova uma solução conciliatória
O ex-presidente Michel Temer disse considerar legítima a iniciativa do Congresso em debater uma possível anistia aos envolvidos nos atos do 8 de Janeiro, mas afirmou que o caminho mais apropriado seria uma reavaliação do STF (Supremo Tribunal Federal) das penas aplicadas aos condenados.
“O Congresso tem o direito de editar uma lei referente à anistia, não se pode negar isso, mas talvez, para não criar nenhum mal-estar com o STF, o melhor seria que o próprio Supremo fizesse uma nova dosagem das penas”, afirmou Temer, em entrevista publicada pelo jornal O Globo nesta 4ª feira (16.abr.2025).
O ex-presidente afirmou que o ministro Alexandre de Moraes, indicado por ele ao Supremo em 2017 após a morte de Teori Zavascki em um acidente aéreo em Paraty (RJ), é “moderado, sensível e que sabe o que fazer”, não um “sujeito cheio de rancores”. Segundo Temer, o ideal seria encontrar uma solução conciliatória entre Congresso e STF.
“É possível fazer uma nova dosimetria. Punição houve, tinha de haver, mas também a pena deve ser de menor tamanho. É uma solução conciliatória. O que estou propondo é uma mediação, um meio-termo”, afirmou o ex-presidente.
“O Alexandre prestou serviço extraordinário. Se não fosse ele, não teria eleições no Brasil. Ele já liberou muita gente para prisão domiciliar, o que já é um sinal. Ele cumprirá um papel de pacificação”, declarou Temer.