Governo dos EUA enviou recentemente centenas de imigrantes em situação irregular para uma prisão de segurança máximano país centro-americano, invocando a Lei de Inimigos Estrangeiros de 1798

Nayib Bukele, presidente salvadorenho, afirmou nesta segunda-feira (14), durante reunião com Donald Trump na Casa Branca, que está muito disposto a ajudar os EUA com a imigração. Recentemente, o presidente americano prendeu centenas de imigrantes deportados pelos Estados Unidos sob a acusação de serem membros de gangues. A visita começou com um aperto de mãos e terminou com Bukele fazendo o sinal de positivo ao ser questionado pelos jornalistas sobre como foi a reunião. “Estão nos ajudando. Agradecemos por isso”, disse Trump, cercado pela alta cúpula de seu gabinete, incluindo o chefe da diplomacia dos EUA, Marco Rubio, a secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, e a procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi.
Durante o encontro amigável, Bukele, que também trava uma guerra contra gangues, opinou que Trump precisa libertar 350 milhões de americanos dos criminosos, mas que para isso acontecer, precisa prender alguns. “É assim que funciona, não é?”. Trump concordou. Também houve acordo sobre o destino do imigrante salvadorenho Kilmar Ábrego García, deportado “por engano”, segundo reconhece a administração americana. “Não tenho esse poder”. A Justiça americana pede que o governo facilite seu retorno, mas a Casa Branca discorda.
Os jornalistas questionaram Bukele sobre o caso. “Como posso enviá-lo de volta aos Estados Unidos? Como se estivesse entrando com ele clandestinamente nos Estados Unidos? (…) Não tenho o poder de enviá-lo de volta aos Estados Unidos”, respondeu o presidente salvadorenho.
O governo enviou centenas de imigrantes em situação irregular, sobretudo venezuelanos, para uma prisão de segurança máxima em El Salvador, invocando a Lei de Inimigos Estrangeiros de 1798, que até então só havia sido usada em tempos de guerra.
A administração Trump acusa-os de fazerem parte de gangues. Pelo primeiro grupo, com mais de 200 pessoas, o governo americano pagou seis milhões de dólares (R$ 35 milhões) a El Salvador, segundo a Casa Branca. O último, com 10 pessoas, chegou no fim de semana.
Quando questionado, o presidente americano disse que vai enviar mais imigrantes a cadeia. Ele também não descarta expulsar cidadãos americanos. “Sou a favor, porque podemos fazer coisas com o presidente por menos dinheiro e ter uma grande segurança. E temos uma população carcerária enorme”, explicou o magnata republicano, embora tenha ressaltado que a viabilidade legal está sendo examinada.

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O encontro acontece em meio ao ‘tarifaço’ de Trump, do qual El Salvador não escapou. Os Estados Unidos são o principal destino das exportações de El Salvador, um país ultrasseguro, segundo o Departamento de Estado, que este mês elevou sua classificação do nível 2, que compartilhava com países como a Espanha, para o nível 1, o melhor. Os 2,5 milhões de salvadorenhos que vivem nos EUA são um pilar para a economia do país centro-americano por meio das remessas que enviam (23% do PIB em 2024).
*Com informações da AFP
Publicado por Nátaly Tenório