Portal LeoDias teve acesso exclusivo a mensagens e gravações que expõem bastidores da entidade e monitoramento de funcionários durante a Copa do Catar
O portal LeoDias teve acesso exclusivo a áudios e mensagens que colocam em evidência ordens internas dadas pelo presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, durante a Copa do Mundo do Catar, em 2022. As gravações são de Haroldo Aguiar, funcionário do setor de tecnologia da informação da CBF, e foram enviadas ao motorista pessoal do dirigente, Anderson Castro.
Nos áudios, Haroldo relata que Ednaldo autorizou ele e o motorista a saírem para jantar, mas deixou uma orientação clara: observar o comportamento de outros funcionários da entidade durante o evento.
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“Meu amigo, ainda tem outra. Ele falou assim: ‘E aí, você e Anderson já jantaram?’. Falei: ‘não, presidente, fomos ali no mercado e compramos umas coisinhas já, café da manhã’. Aí falei um pouco das coisas que a gente comprou e tal, aí ele: ‘cara, vão jantar, vão lá naquele shopping, que tem um monte de coisa, vão pra lá’, ou seja, o chefe está liberando a gente pra poder dar um giro por aí, entendeu? Aí a gente alinha isso com ele, e vai amanhã, a hora que for. ‘Chefe, a gente vai jantar, no lugar tal’. ‘Anderson foi lá comigo, ele sabe das opções que tem, 200 reais dá pra comer bem’”.
A gravação segue com uma recomendação direta de vigilância: “E irmão, da questão do refri, ele falou assim: ‘tudo bem que vocês não bebem, mas tomem um refrigerante, fica lá, se enturma lá. Observa as coisas pra mim, vê o que se passa lá, naquele grupinho e panelinha’”.
Além dos áudios, o portal LeoDias também obteve, com exclusividade, prints de conversas entre Haroldo Aguiar e Ricardo Lima, presidente da Federação Bahiana de Futebol e recém-eleito vice-presidente da CBF para o próximo mandato, que se inicia em 2026. Ricardo é considerado um dos principais aliados de Ednaldo e é casado com a cunhada do presidente da entidade.
Em uma das mensagens, Ricardo Lima autoriza a instalação de câmeras escondidas no restaurante da sede da CBF, reforçando a suspeita de monitoramento interno promovido pela atual gestão.
