Especialista explica o transtorno que é caracterizado pelo vício em mentiras, geralmente associado a outros problemas
Que no dia 1º de abril é celebrado o “Dia da Mentira” você já deve saber, mas o que acontece quando a mentira ultrapassa o limite da brincadeira e vira um hábito ou até um vício? O que é mitomania? A equipe do Portal LeoDias conversou com a psicóloga Alessandra Araújo para entender de onde vem esse vício perigoso em mentir e o que isso pode acarretar na vida de alguém com esse diagnóstico.
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O que é mitomania? Psicóloga explica transtorno caracterizado pelo vício em mentirReprodução/Freepik
PinóquioReprodução
Homem com a sombra de um nariz grandeReprodução
Paolla Oliveira reage a mentiras no dia 1º de abrilReprodução/Instagram
Mulher com nariz grandeReprodução
A mitomania é um transtorno desenvolvido ao longo da vida, também conhecida como “mentira patológica”. O transtorno aparece de forma mais comum relacionado a outros fatores psicológicos e emocionais, até mesmo transtornos psiquiátricos. Sendo assim, um paciente já diagnosticado com transtorno de personalidade antissocial ou transtorno de personalidade narcisista, por exemplo, tem mais chances de desenvolver mitomania.
“Experiências traumáticas, baixa autoestima e necessidade extrema de aprovação também podem ser gatilhos para o desenvolvimento desse comportamento, muitas vezes a pessoa entra nessa condição no sentido de fazer com que seja feita as coisas conforme ela precisa e quer. Como a mentira patológica pode ser difícil de identificar pelo próprio indivíduo, relatos de pessoas próximas podem ser úteis para compreender a frequência e a motivação das mentiras”, explica Alessandra.
O diagnóstico de mitomania pode ser feito por um psicólogo ou um psiquiatra, a partir de uma análise de comportamento dos pacientes. “A presença de terceiros não é obrigatória para o diagnóstico, pois o profissional pode identificar o padrão disfuncional a partir de entrevistas e testes psicológicos” destaca. “O tratamento da mitomania é realizado principalmente por meio da psicoterapia, especialmente abordagens como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), que ajuda o paciente a reconhecer os gatilhos para a mentira e desenvolver estratégias mais saudáveis para lidar com suas emoções e inseguranças”, disse a especialista.
“Um aspecto importante sobre a mitomania que nem sempre é mencionado é o impacto social e emocional que essa condição pode causar. Além de prejudicar a vida pessoal e profissional do indivíduo, ela pode comprometer seus relacionamentos, gerando isolamento e desconfiança. Por isso, o suporte da família e das pessoas próximas é essencial para o sucesso do tratamento”, conclui Alessandra Araújo.
Em situações específicas, especialmente em casos relacionados a outros transtornos psiquiátricos, esse tratamento pode ser feito com a ajuda de medicamentos, que devem sempre ser indicados por um psiquiatra. Não existe “cura” para o diagnóstico de mitomania, a busca pela melhora deve ser feita através de acompanhamento psicológico, que direciona o paciente para meios mais saudáveis de lidar com suas questões sem a necessidade de mentir para se ver livre de algo ou conquistar aquilo que busca.
