Julgamento dos profissionais de saúde acusados pela morte do ex-jogador argentino segue até julho de 2025
A polícia de Buenos Aires revelou detalhes sobre as condições em que Diego Armando Maradona foi encontrado morto, em novembro de 2020. Durante audiência realizada na última terça-feira (18/3), o policial Lucas Farías descreveu a cena na residência do ex-jogador como precária e sem qualquer estrutura médica adequada.
“A casa era um chiqueiro”, afirmou Farías ao tribunal. O julgamento dos sete profissionais de saúde acusados de envolvimento no caso teve início no dia 11 de março e deverá se estender até julho de 2025. Os réus respondem por homicídio simples com dolo eventual e falsidade ideológica.
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“Não vi nenhum suprimento médico no quarto. O que mais me chamou a atenção foi a posição de Maradona de costas e seu abdômen extremamente inchado, como se estivesse prestes a explodir”, completou o policial.
Entre os acusados estão Leopoldo Luciano Luque, neurocirurgião e ex-médico particular de Maradona; Agustina Cosachov, psiquiatra; Carlos Ángel Díaz, psicólogo; Nancy Forlini, médica coordenadora; Mariano Perroni, coordenador de enfermeiros; Pedro Pablo Di Spagna, médico clínico; e Ricardo Omar Almirón, enfermeiro. Dahiana Gisela Madrid, outra enfermeira envolvida, será julgada separadamente por um tribunal do júri.
Denúncias e suspensão do julgamento
O julgamento havia sido inicialmente marcado para junho de 2024, mas foi adiado a pedido das defesas. Segundo o jornal “Clarín”, a acusação sustenta que os profissionais “violaram seus deveres ao criar ou contribuir com uma série de fatores e circunstâncias claramente graves, aumentando todos os riscos” para a saúde de Maradona. Para os promotores, essas ações resultaram na morte do ex-jogador e “poderiam ter sido evitadas”.
Laudos de necropsia analisados por uma junta médica apontaram que “a atuação da equipe de saúde encarregada de atender Maradona foi inadequada, deficiente e temerária”. A família do ídolo argentino acusa os profissionais de “negligência grave e deliberada”.
Ao todo, 120 testemunhas deverão ser ouvidas ao longo do processo. Caso condenados, os réus podem pegar de oito a 25 anos de prisão.