Quatro brasileiras aguardam deportação depois de serem detidas tentando entrar ilegalmente nos Estados Unidos em janeiro
Ao menos 4 mulheres foragidas pelos atos extremistas de 8 de janeiro de 2023 foram presas ao tentar entrar ilegalmente nos Estados Unidos. Três delas foram detidas 1 dia depois da posse do presidente Donald Trump (Partido Republicano), em janeiro deste ano.
A informação foi confirmada pela ICE (Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA) ao Uol. O órgão afirmou que as mulheres “aguardam a expulsão para seus países de origem”. Elas estão detidas há mais de 50 dias.
As presas são:
- Raquel Souza Lopes, 51 anos, de Joinville (SC): condenada a 17 anos de prisão por 5 crimes, incluindo tentativa de golpe de Estado, associação criminosa e dano ao patrimônio público;
- Rosana Maciel Gomes, 51 anos, de Goiânia (GO): condenada a 14 anos de prisão por 5 crimes relacionados aos atos de 8 de janeiro;
- Michely Paiva Alves, 38 anos, de Limeira (SP): ré e responde por 5 crimes cometidos durante os atos de 8 de janeiro;
- Cristiane da Silva, 33 anos, de Balneário Camboriú (SC): condenada pelo STF a 1 ano de prisão por associação criminosa e incitação ao crime nos ataques de 8 de janeiro;
Segundo a reportagem, Raquel foi detida em 12 de janeiro na cidade de La Grulla, Texas. Ela está na unidade de detenção da ICE em Raymondville. As outras 3 foram detidas em 21 de janeiro ao tentar cruzar a fronteira em El Paso, no mesmo Estado. Estão sob custódia da ICE na região.
O órgão norte-americano informou as prisões foram feitas durante patrulhas de fronteira. As mulheres foram processadas sob o regime de “expulsão acelerada”, que permite a deportação de estrangeiros sem audiência judicial.
As 4 seriam parte de um grupo que deixou o Brasil no 1º semestre de 2024 e se estabeleceu na Argentina. Mas, em meados de novembro, a Justiça argentina emitiu mandados de prisão contra os brasileiros considerados foragidos por terem sido condenados pelo 8 de Janeiro.
Os mandados foram emitidos depois do pedido de extradição feito pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes em 15 de outubro. Depois disso, elas fugiram para os EUA, buscando refúgio no governo Trump, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O Poder360 procurou o Itamaraty para perguntar se gostaria de se manifestar a respeito da prisão das brasileiras nos EUA. Não houve resposta até a publicação desta reportagem. O texto será atualizado caso uma manifestação seja enviada a este jornal digital.