Congresso em Foco

Congresso em Foco


Considerado como um apoio certo pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para aprovar a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, o PSD se mostra dividido na Câmara em relação ao projeto, mas apresenta unidade na insatisfação com o Palácio do Planalto. Essa é a avaliação de um dos vice-líderes do governo na Câmara, o deputado Pedro Paulo (PSD-RJ). Segundo ele, a orientação do presidente do partido, Gilberto Kassab, será crucial na decisão dos deputados sobre o tema.

“Independentemente da visão sobre o mérito da anistia, a orientação de Kassab é decisiva, e a única unanimidade em nossa bancada é a profunda insatisfação com a coordenação política do governo e do PT nas relações com o PSD”, afirmou Pedro Paulo ao Congresso em Foco.

Perspicácia

Em discurso durante uma manifestação em Copacabana no domingo (16), o ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que a aprovação da anistia contará com o apoio do PSD e de Kassab. Ele está ao nosso lado com sua bancada para aprovar a anistia em Brasília. Todos os partidos estão vindo, disse Bolsonaro.

“Unanimidade, só a profunda insatisfação do PSD com o governo”, afirma Pedro PauloPablo Valadares/Agência Câmara

O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcanti (RJ), disse que apresentará nesta semana um requerimento de urgência para acelerar a votação da anistia.

Pedro Paulo considera bem difícil alcançar unanimidade dentro do partido sobre o assunto. Kassab é mais perspicaz que todos nós juntos e sabe que a bancada tem opiniões divididas sobre o tema. O primeiro passo é fazer o líder apoiar o tema para deliberação; o segundo é conseguir o máximo de votos a favor. Unanimidade é bem difícil, afirmou o vice-líder governista.

Divisão regional

O deputado fluminense faz um recorte regional da divisão da bancada: Os deputados do Nordeste, em especial na Bahia, Rio e alguns outros, são apoiadores diretos do presidente Lula, muito mais do que simpáticos ao PT, outros, mais ao Sul e Centro-Oeste, aguerridos defensores da direita e do bolsonarismo.  A bancada do PSD tem 44 deputados no exercício do mandato.

Na Câmara dos Deputados, o requerimento de urgência acelera a tramitação de projetos de lei, dispensando a análise em comissões e levando a proposta diretamente ao plenário. Sua aprovação exige a maioria absoluta, ou seja, 257 deputados, ou o apoio de líderes que representem esse número. Com a urgência, o projeto precisa ser votado em 45 dias, e após esse prazo, passa a trancar a pauta de votações.

Crítica explícita

A insatisfação do PSD com o governo já foi vocalizada pelo presidente do partido. No final de janeiro, em um evento, Gilberto Kassab chamou Fernando Haddad de “ministro fraco”, incapaz de se impor no governo e com dificuldades de comandar sua própria pasta.

Ele também avaliou que Lula tende a enfrentar uma derrota nas eleições caso não haja mudança de rumos. “O que a gente vê é uma dificuldade do ministro Haddad de comandar. Não consegue se impor no governo. Ministro da Fazenda fraco é sempre um péssimo indicativo”, disse Kassab.



Source link