Ex-governador de São Paulo afirma que as críticas ao ministro da Fazenda vindas de dentro do governo são “incongruências”
O ex-governador de São Paulo, João Doria, elogiou nesta 4ª feira (12.mar.2025) a política econômica conduzida pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Na visão do ex-governador paulista, Haddad conseguiu estabelecer um diálogo produtivo com o setor empresarial e produtivo, mas que o maior boicote contra o chefe da economia vem do próprio partido.
“É incompreensível que tenhamos uma boa política econômica conduzida pelo ministro Fernando Haddad e muitas vezes pessoas do próprio governo acabam atirando no próprio ministro. É uma incongruência, isso é um fato”, disse Doria em seu discurso no Brasil Summit 2025, organizado pelo Lide. “O ministro da Fazenda recebe ataques daqueles que deviam apoiar e ajudar a salvar o Brasil”.
Doria também criticou o tratamento de alguns membros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao agronegócio. Segundo o ex-governador, os petistas não dão o devido apoio ao setor por associá-lo a eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e que essa lógica tem efeitos nocivos ao cenário econômico do país. “Não se pode misturar política ideológica com política econômica”, disse o ex-governador.
ATAQUES A HADDAD ARREFECEM
Haddad sofreu diversos ataques de membros do PT que não concordam com a condução do ministro na área econômica, mas nas últimas semanas as farpas arrefeceram. Dois dos principais antagonistas de Haddad no partido –a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e o ministro da Casa Civil, Rui Costa– baixaram o tom das críticas contra o ministro da Fazenda.
Em seu discurso de posse das Relações Institucionais, na 2ª feira (10.mar), Hoffmann declarou que respeitará as competências de todos os ministros. A fala marca uma mudança de postura da congressista, que já criticou Haddad abertamente.
“Chego para colaborar com todos os ministros e ministras que coordenam suas respectivas áreas, respeitando os espaços e competências de cada um e cada uma”, afirmou.
Já Rui Costa disse recentemente que tem uma relação “excelente” com o ministro da Fazenda. Como mostrou o Poder360, Lula está preocupado com a fritura de Haddad e não tem intenção de substituí-lo. O presidente baixou uma ordem unida entre todos os seus colaboradores e determinou que os ministros passem a elogiar o ministro da Fazenda.
O presidente interino do PT, senador Humberto Costa (PE), também segue a linha dos ministros. Disse que enquanto estiver à frente do partido não irá travar embates públicos contra Haddad.
