
O boletim Focus, que reúne a mediana das projeções macroeconômicas das principais instituições financeiras, trouxe mais uma vez um aumento da projeção de inflação. Na semana anterior, a projeção do IPCA estava em 5,65%; nesta edição passou para para 5,68%. Mais importante importante que o número em si é a tendência. Por várias semanas consecutivas, a expectativa de inflação sobe, a despeito da Selic encontrar-se em patamar restritivo.
A leitura do mercado é baseada na premissa de que a politica monetária sozinha não é suficiente para controlar a alta dos preços. Para muitos economistas e analistas, o governo deveria fazer a sua parte com o ajustes nas contas públicas, principalmente pelo fato de a inflação estar ligada à política fiscal expansionista.
O elevado gasto público tem pressionado a demanda agregada da economia acima da oferta, gerando pressões nos preços. Além disso, eleva o dólar, com impactos de alta nos preços, e piora as previsões inflacionárias. Tudo indica que essa política deverá continuar a fim de evitar o desaquecimento da economia em curso. Isso significa que a inflação continuará subindo e as expectativas piorando.