Levantamento intitulado ‘Visível e Invisível: a vitimização de mulheres no Brasil’ apontou que 37,5% das entrevistadas relataram ter sofrido alguma agressão nos últimos 12 meses

A pesquisa “Visível e Invisível: a vitimização de mulheres no Brasil” realizada pelo Datafolha, a pedido do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), revelou dados alarmantes nesta segunda-feira (10) sobre a violência contra mulheres no Brasil.
O estudo mostrou que 37,5% das mulheres entrevistadas relataram ter enfrentado algum tipo de violência nos últimos 12 meses, o que representa cerca de 21,4 milhões de mulheres. Desde 2017, a taxa de agressões cometidas por parceiros subiu de 19,4% para 40%.
O levantamento, que ouviu 1.040 mulheres com idades a partir de 16 anos em 126 municípios entre os dias 10 e 14 de fevereiro de 2025, revelou que as vítimas enfrentaram, em média, mais de três formas diferentes de violência.
As agressões mais comuns incluíram insultos, citados por 31,4% das entrevistadas, seguidos por empurrões (16,9%), ameaças (16,1%) e ofensas de natureza sexual (10,4%). A pesquisa também destacou que mais da metade das mulheres (57%) sofreu violência em seus lares, e 67% dos agressores eram parceiros ou ex-parceiros.
Em entrevista a Folha S.Paulo, Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum, apontou que o aumento da vitimização pode ser atribuído a diversos fatores, incluindo um maior reconhecimento da violência e uma mudança cultural que tem incentivado o debate público sobre o assunto. Além disso, a pandemia de Covid-19 foi um fator que contribuiu para o crescimento da violência doméstica, enquanto o desfinanciamento de políticas voltadas para as mulheres dificultou o acesso a recursos e apoio.
“Estamos falando de políticas que dependem do acesso das mulheres à delegacia mas não tem nenhuma medida para incentivar essa mulher a procurar a delegacia ou para melhorar o atendimento de quem busca ajuda na polícia militar ou civil. Sem recursos humanos e financeiros, não tem milagre”, explicou Samira.

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Outro dado preocupante da pesquisa é que 47,4% das mulheres que sofreram violência não buscaram ajuda após incidentes graves. Entre aquelas que procuraram apoio, 19,2% se dirigiram à família e 14,2% foram a uma Delegacia da Mulher. *Reportagem produzida com auxílio de IA
Publicado por Victor Oliveira