Governo monitora tarifas de Trump, mas não tem resposta pronta

Governo monitora tarifas de Trump, mas não tem resposta pronta


Relações Exteriores esperam movimento direto antes de um eventual plano de retaliação, que também depende da magnitude das medidas

O governo do Brasil ainda não tem um plano definido caso o “tarifaço” do presidente norte-americano, Donald Trump (Republicano), traga impacto ao país. A estratégia só será traçada se uma medida direta for aplicada nas relações comerciais com os Estados Unidos.

O Ministério das Relações Exteriores brasileiro se propôs a monitorar o cenário, ao menos por ora. A avaliação é que os movimentos da maior economia do mundo continuam em fase inicial e não é o momento de se precipitar.

Trump anunciou na 2ª feira (3.mar.2025) as alíquotas que serão impostas para China, Canadá e México. Disse que valeriam a partir desta 3ª feira (4.mar). 

No Brasil, ainda não houve diálogo concreto entre o Ministério da Fazenda e o Ministério das Relações Exteriores sobre o tema, o que indica os estágios iniciais para a elaboração de um plano.

Os 3 países diretamente afetados já iniciaram suas respostas à política estadunidense:

  • Canadá – o primeiro-ministro Justin Trudeau (Liberal, centro-esquerda) anunciou tarifas recíprocas de 25%;
  • México – a presidente Claudia Sheinbaum (Morena, esquerda) prometeu retaliação aos EUA;
  • China aplicará tarifas de 10% a 15% sobre produtos agrícolas e alimentícios dos Estados Unidos. 

TARIFAS DE TRUMP

Trump defende a taxação de outros países desde a sua campanha eleitoral, em 2024. Segundo ele, os Estados Unidos concedem benefícios às outras nações quando se trata de comércio exterior.

As medidas até aqui trazem atritos com os 3 maiores parceiros comerciais dos EUA. Também têm potencial de impactar os preços para os consumidores norte-americanos, o que afetaria os índices de inflação do país. 

Os Estados Unidos já estabeleceram a taxação de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio para o país. A regra tem forte potencial de impactar o Brasil, um dos principais vendedores de ferro, aço e alumínio para o mercado norte-americano.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já pediu cautela sobre as declarações de Trump. Apesar disso, o brasileiro disse em fevereiro ser “contraproducente” taxar produtos como aço e alumínio.


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