Bruno Mello foi o protagonista do filme Orfeu Negro, de Marcel Camus, o primeiro e único longa brasileiro a conquista o Oscar de melhor filme estrangeiro
Em 1960, Orfeu Negro se tornou a primeira (e única) produção brasileira (com participações de franceses e italianos) a conquistar o Oscar de melhor filme internacional. Dirigido pelo francês Marcel Camus, o filme era uma adaptação para os cinemas da peça Orfeu da Conceição, de Vinicius de Moraes, que contava uma tragédia grega em meio ao Carnaval do Rio de Janeiro. Acontece que o filme tem uma conexão com o futebol: o meio-campista Breno Mello, que havia acabado de largar a carreira esportiva, quando era atleta do Fluminense, para ser o protagonista do longa.
O fato curioso foi levantado pelo jornalista Andrey Raychtock, do canal de YouTube “Por onde anda Andrey”. Protagonista do longa, Breno Mello teve uma curta, mas bem sucedida carreira no futebol. Em 1954, fez parte do grupo de jogadores do Renner que foi campeão gaúcho em 1954, rompendo uma hegemonia de Internacional e Grêmio de mais de 14 anos.
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Em 1957, Mello se transferiu para o Corinthians mas foi mais tarde naquele mesmo ano que teve seu ápice no esporte. Breno se transferiu para o Santos, do Rei Pelé, e esteve em campo na partida que marcou o último jogo do melhor jogador da história como amador. Naquela partida, a qual o Santos venceu por 3 a 2, Breno Mello fez um dos gols.
Entre 1958 e 1959, Mello se transferiu para o Fluminense, onde vivia momentos de altos e baixos. Em um dia, quando retornava para casa após sua equipe jogar contra o Bangu, um senhor que o acompanhava perguntou se Breno tinha interesse em ser ator de cinema, uma vez que um diretor francês procurava um ator com suas características para estrelar uma produção. Mello se interessou e foi um dos jovens a fazer testes para interpretar Orfeu no filme dirigido por Marcel Camus.
Em um teste feito na Casa França-Brasil, no centro do Rio, Breno Mello se destacou e ganhou o papel de Orfeu Negro. No entanto, seu clube, o Fluminense, exigiu um pagamento de 100 mil cruzeiros (moeda da época) para liberar o jogador para estrelar a produção. Com o pagamento, Breno brilhou e alguns meses depois o filme não só virou um sucesso mundial como conquistou grandes prêmios como Oscar de melhor filme estrangeiro, o Globo de Ouro e a Palma de Ouro no festival de Cannes.
Após Orfeu Negro, Mello chegou a atuar em mais cinco produções entre 1963 e 1988. No futebol, o meio-campista ainda tentou atuar em pequenos clubes do sul do país, sem sucesso.
Ainda Estou Aqui pode repetir feito de Orfeu Negro
Neste domingo (2/3), um filme brasileiro pode voltar a repetir o feito de Orfeu Negro: Ainda Estou Aqui compete em três categorias no Oscar e tem boas chances de sair vitorioso. O filme concorre a Melhor Filme Internacional; Melhor Atriz, com Fernanda Torres; e Melhor Filme.