Drone é usado em mapeamento de limites estaduais pelo IBGE

Drone é usado em mapeamento de limites estaduais pelo IBGE


Levantamento mapeou 4 áreas entre Minas Gerais e Bahia para esclarecer dúvidas a respeito da divisa entre os Estados

Uma equipe do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) fez, de 3 a 15 de fevereiro, o 1º trabalho externo com uso de drone para mapeamento de área entre Estados, desenvolvido pelas coordenações de Cartografia e de Estruturas Territoriais e pela Gerência de Levantamentos Geodésicos e Cartográficos da Diretoria de Geociências. O trabalho teve como objetivo realizar o levantamento aerofotogramétrico de 4 áreas localizadas entre Minas Gerais e Bahia, para esclarecer dúvidas a respeito da divisa entre os Estados.

Foram necessárias cerca de 3h45min de tempo de voo para realizar o levantamento das áreas, que somadas possuem 9,3 km², e renderam quase 6.000 fotos. O processamento das imagens e produção dos produtos consumiu 60h, realizado em computador de alto desempenho.

O IBGE conta, atualmente, com 3 drones para mapeamento, localizados nas Superintendências Estaduais no Ceará e na Bahia, além da DGC no Rio de Janeiro, que serão utilizados nas áreas de Geociências, como Cartografia, Estruturas Territoriais, e Meio Ambiente.

“O uso do drone ajuda a ganhar velocidade e rapidez e ter uma melhor precisão dos dados. É uma ferramenta muito poderosa, porque permite apresentar inúmeros produtos com alta qualidade para os gestores de uma determinada área fazerem análises diversas para auxílio a tomada de decisões. Esse trabalho tem a capacidade de poder colaborar para melhorar a gestão dos limites territoriais em diversas áreas do território brasileiro”, disse o Gerente de Soluções em Geoinformação, Fernando Barroso.

Ao longo de 2024, foram realizados levantamentos com drone junto na UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) e na unidade do IBGE em Parada de Lucas. Segundo o engenheiro cartógrafo e Tecnologista em Geoinformações Geográficas e Estatísticas, Luiz Antonio Xavier, o diferencial desse trabalho de agora foi a utilização do drone para um levantamento especializado de mapeamento para definição de limite estadual.

“Agora, além do mapeamento e da geração de ortomosaicos, tem a questão primordial de gerar os modelos digitais de terreno para definição de limites estadual ou municipal”, afirmou.

O IBGE não é o responsável por definir limites territoriais, mas atua como mediador e consultor técnico fornecendo aos gestores estaduais a Metodologia para Tratamento das Questões Territoriais Estaduais e Municipais, desenvolvida pelo IBGE, e insumos cartográficos para que os Estados possam, posteriormente, atualizar seus limites.

O trabalho de mapeamento com drone entre Minas Gerais e Bahia foi realizado em apoio às tratativas entre os Estados em curso no julgamento da Ação Cível Ordinária n.º 3.609, em tramitação no Supremo Tribunal Federal.

Drone atuou no Rio de Janeiro em 2020

Foram realizadas, em 2020, algumas atividades com uso de drone em Sapucaia, no Estado do Rio de Janeiro (RJ). Havia uma lacuna de cobertura aerofotogramétrica em uma área de 4 km² e foi necessário o uso do drone para completar a cobertura do projeto RJ25.

Segundo Leonardo Scharth, Engenheiro Cartógrafo e Tecnologista em Geoinformações Geográficas e Estatísticas, o drone utilizado nesses tipos de trabalhos é diferente do usado em coberturas jornalísticas, por exemplo. Ele é maior e possui uma câmera especializada para fazer mapeamentos com imagem de altíssima resolução.

“A operação com drones traz uma nova possibilidade de obter dados, é mais uma fonte de informações para que a gente possa cumprir a missão do IBGE, que é retratar o país”, afirmou.

Para uso do drone é necessário registro na Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), ter um piloto credenciado, uma autorização de voo fornecida pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), da Força Aérea Brasileira, informando o local onde será realizado o voo, fazer um planejamento de voo antes de ir a campo, e, após a realização do voo, fazer o processamento das imagens levantadas em um software específico. Os drones usados nos trabalhos de campo do IBGE são utilizados para produzir mapeamentos de alta resolução e precisão, a partir de técnicas aerofotogramétricas.

O Gerente de Soluções em Geoinformação, Fernando Barroso, recebeu treinamento para operar o drone, e disse que “o equipamento que o IBGE adquiriu é mais voltado para área de mapeamento e pode ser usado, também, para o meio ambiente porque, além da câmera RGB, que gera imagens coloridas, também possui uma câmera multiespectral, ou seja, ele consegue ver outros aspectos da imagem. Essa câmera multiespectral pode ser usada, por exemplo, na agricultura, em uma região para determinar a qualidade da saúde de uma plantação”.

Jose Henrique da Silva, Gerente da Divisão Territorial Brasileira, pontuou que, antigamente, o levantamento fotogramétrico era realizado com uma aeronave convencional e, hoje em dia, o trabalho foi facilitado com o uso do drone. “Quanto mais sofisticada a câmera do drone, melhor a resolução, e permite você enxergar mais detalhes na imagem gerada, isso resulta um produto de melhor qualidade”.

Entre as possibilidades de uso dos drones nas atividades de geociências estão a produção de imagens das antenas da Rede Brasileira de Monitoramento Contínuo dos Sistemas GNSS para auxiliar na manutenção das estações ativas; a elaboração de imagem tridimensional de Estações Maregráficas; o imageamento detalhado para a Base Cartográfica Contínua; entre outras.


Com informações da Agência IBGE.





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