Buscando recuperar sua força no Grupo Especial após uma fase instável, o Vai-Vai se prepara para um desfile grandioso. Isso porque, com o oitavo lugar no último Carnaval, a escola sonha em retornar ao Desfile das Campeãs com uma homenagem marcante a um dos maiores dramaturgos do Brasil: Zé Celso.
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Com o enredo “O Xamã Devorado y A Deglutição Bacante de Quem Ousou Sonhar Desordem”, o carnavalesco Sidnei França constrói um espetáculo inspirado principalmente na trajetória do fundador do Teatro Oficina. A proposta, contudo, vai além de uma simples reverência.
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O objetivo é mostrar sobretudo sua influência política, cultural e social, levando para o Sambódromo a essência de sua arte e sua luta pela liberdade de expressão.
O legado do Teatro Oficina e a força do enredo do Vai-Vai
Zé Celso tornou-se símbolo das artes cênicas e da resistência contra a opressão, dessa forma abrindo portas para artistas marginalizados e desafiando normas estabelecidas.
O Vai-Vai pretende exaltar principalmente essa trajetória, destacando seu impacto na cultura nacional e a forma como sua obra segue viva.
Desse modo, a escola transformará a avenida no palco ideal para encenar esse legado, fazendo do desfile um grande ato teatral a céu aberto. De acordo com a sinopse do enredo, Zé Celso surge como a alma viva da apresentação, assumindo o papel de xamã das artes paulistanas. O Vai-Vai, por sua vez, se torna a grande manifestação de sua expressão artística, levando sua história para milhões de espectadores.
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Mais do que uma homenagem, a proposta do enredo é acima de tudo celebrar a ousadia, a irreverência e a importância do dramaturgo, reforçando a conexão entre teatro e Carnaval, duas das mais vibrantes manifestações culturais do Brasil.
Cante o samba
Composição: Naio Denay / Francis Gabriel
Sou preto e branco
E a Saracura
É a Razão da minha vida
É o meu orgulho. Como é lindo
O amanhecer na Bela Vista
Sou chão quilombola da escola do povo
Sou filho do Santo Guerreiro
Belavistano e coração de batuqueiro
Quem nunca viu?
O samba amanhecer
Vai no Bixiga pra ver
Só no Bixiga pra ver
Quilombo Saracura! Evoé! Saravá!
Meu alvinegro, manto sagrado
Raiz coroada em tantos carnavais
Quem nunca viu o samba amanhecer
Vai no Bixiga pra ver
Só no Bixiga pra ver
Raiou!
No mais insano ritual
Vai-Vai
Neste banquete cultural profano
Devora a arte
A essência de um sonhador
Bacante Vem ver um ser genial
Mundano no viver
Quanto prazer
Sua obra vou saborear
E reviver até
Eternizar seu mundo louco
(É!)
Pois Zé, Revolução deu Oficina
Ôh Zé, Sua desordem teatral
É Zé, inspiração da Bela Vista
Zé referência… É xamã, é carnaval!
Na ousadia da liberdade
Tropicalista na vadiagem
No caos, repressão, entra em cena a coragem
A luz nua e crua da sua verdade
Tem fogo ardente de quem é virado no Exu!
Volta, Zé… Ao som da minha batucada
Assina a direção dessa folia popular
Quilombo Saracura… Evoé! Saravá!