Vasco:Justiça aceita pedido de recuperação judicial do Vasco

Vasco:Justiça aceita pedido de recuperação judicial do Vasco


O Vasco da Gama recebeu, na 4ª feira (26.fev.2025), a aprovação da Justiça do Rio de Janeiro para o seu pedido de recuperação judicial. A decisão, proferida pela juíza Caroline Rossy Brandão Fonseca da 4ª Vara Empresarial da Comarca da Capital, concede ao clube um período de 60 dias para apresentar um plano de pagamento aos credores. Durante este tempo, o Vasco fica protegido contra cobranças e outras ações restritivas.

A dívida do clube, que alcança o valor de R$ 1,4 bilhão, é resultado de uma crise financeira agravada pela administração da 777 Partners, responsável pela gestão do Vasco SAF por 1 ano e 9 meses.

Neste período, a 777 Partners efetuou 35 contratações de jogadores, quitando apenas 18% dos valores devidos. Apesar de um investimento de R$ 310 milhões pela 777 Carioca LLC, a dívida do clube aumentou em R$ 350 milhões. A juíza destacou os esforços da atual gestão do Vasco para reduzir despesas e aumentar as receitas, exemplificados pela contratação de Philippe Coutinho e o aumento no número de sócios torcedores de 32 mil para 70 mil.

A falta de balanços financeiros, justificada pela transição entre a 777 Carioca LLC e o CRVG, não impediu a concessão da recuperação judicial. A juíza exigiu, contudo, que os balancetes sejam entregues até a apresentação do plano de pagamento.

A recuperação judicial, aplicada também a outros clubes como Cruzeiro e Coritiba, representa uma estratégia para evitar a falência. No caso do Vasco, a situação é particularmente complexa devido à transferência das dívidas para a SAF criada depois da venda do futebol para a 777 Partners em setembro de 2022.

Eis a integra da nota do Vasco 

“O Club de Regatas Vasco da Gama (CRVG) informa que o pedido de Recuperação Judicial da VascoSAF e do CRVG foi deferido pela 4ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), nesta quarta-feira, 26 de fevereiro.

Na decisão, a magistrada entendeu que o CRVG detém o controle da VascoSAF porque é o único acionista no pleno exercício dos direitos societários. Afirmou, ainda, que a má gestão da 777 Carioca LLC aumentou as dívidas, sendo ela, a 777, uma das responsáveis pela crise financeira da VascoSAF. E reforçou, expressamente, que seria temerário que a 777, considerando os atos praticados à frente da SAF e a atual situação financeira da empresa norte-americana, reassumisse o controle da VascoSAF ou influenciasse no processo de Recuperação Judicial.

Ao destacar a boa-fé do CRVG e da VascoSAF, a juíza apontou que a não apresentação do balanço patrimonial do exercício de 2024 é decorrente da transição caótica e conturbada entre a 777 Carioca LLC e o CRVG, gerando dificuldade para a atual administração encontrar informações e documentos financeiros.

A magistrada reconheceu os esforços da atual diretoria para reestruturar o clube e atrair novos investimentos antes mesmo do pedido de Recuperação Judicial. Salientou, também, que as medidas jurídicas adotadas em maio de 2024, ao perceber que o aporte financeiro não iria ser concretizado pela empresa norte-americana, tinham como objetivo proteger a VascoSAF e o CRVG da crise do Grupo 777 no exterior. E que foram efetivas.

Por fim, a juíza ressaltou que as provas apresentadas no processo e o laudo preliminar do perito nomeado pela Justiça apontam para a prática de condutas ilícitas, as quais, caso confirmadas, serão comunicadas ao Ministério Público para que as medidas necessárias sejam adotadas, com a punição dos responsáveis.

O CRVG reafirma o compromisso com o processo de reestruturação. Afinal, superar desafios faz parte do caminho, mas é a história que nos ensina a nunca parar.

Club de Regatas Vasco da Gama”





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