A entidade que representa as indústrias de Minas Gerais diz manifestar “preocupação” com a PEC protocolada nesta 3ª feira (25.fev) na Câmara
A Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais) estima que o fim da escala 6 X 1 resultaria na necessidade de 27 milhões novas contratações com o custo total de R$ 1 trilhão. Em tom crítico, a entidade diz que “manifesta preocupação” e que a mudança deveria ser tratada em negociações coletivas.
O presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, afirma que o impacto adicional sobre a indústria brasileira seria de R$ 204 bilhões. Em nota (leia ao final desta reportagem), declara ainda que “a inflação pode subir, elevando preços e reduzindo o poder de compra”.
Autora da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que quer acabar com a jornada 6 X 1, deputada Erika Hilton (Psol-SP) protocolou nesta 3ª feira (25.fev.2025) o texto na Câmara. A iniciativa é parte do movimento “Vida além do trabalho”.
O texto declara que a jornada é “abusiva e compromete a saúde, o bem-estar e as relações dos funcionários”.
Eis a íntegra da nota da Fiemg:
“A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) manifesta preocupação com a proposta de redução da atual jornada de trabalho de 44 para 36 horas semanais, sem que haja redução proporcional dos salários, protocolada pela deputada federal Erika Hilton (Psol-SP). Para o presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, caso seja aprovada, a medida traria uma série de implicações para o mercado de trabalho e para a economia brasileira.
“‘A medida pode gerar impactos severos, como aumento de custos para as empresas, necessidade de 27 milhões de novas contratações e um custo total de R$ 1 trilhão. A indústria nacional enfrentaria um custo adicional de R$ 204 bilhões e perda de produtividade estimada em R$ 31 bilhões. Além disso, a inflação pode subir, elevando preços e reduzindo o poder de compra. A Fiemg defende que mudanças desse porte sejam debatidas em negociações coletivas, conforme prevê a Constituição’, afirma Roscoe.”