Ministro da Fazenda defende haver pressões em Brasília que mantêm os problemas econômicos no Brasil
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta 3ª feira (25.fev.2025) que não está “só na conta da política” os problemas econômicos do Brasil. Defendeu que há empresário “patrimonialista” e que “não é moderno” que quer manter privilégios.
“Eu vejo a atuação dos lobbies em Brasília protegendo os seus privilégios. Não é notícia de jornal, mas está lá na frente de todo mundo. Se você botar uma fotografia do que acontece em Brasília, você vai ver que não é a classe política apenas”, declarou.
Haddad participou nesta 3ª feira (25.fev.2025) do “CEO Conference 2025”, organizado pelo BTG Pactual. O ministro declarou que há empresários que vivem de benesses, de lobby e privilégios.
“Jogar a luz sobre isso é uma obrigação da imprensa, dos investidores. Eu digo para você: 90% das pessoas, 95%, 99% das pessoas sabem o que precisa ser feito, querem fazer bem para o país, não têm privilégio nenhum, trabalham todo dia, ganham honestamente a sua renda, mas tem muita gente que atrapalha”, disse.
Haddad disse que o gasto tributário subiu de 2% para 6% do PIB (Produto Interno Bruto) em 20 anos. São isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia. Segundo a Unafisco (Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil), a despesa do governo com esses itens atingiu R$ 789,6 bilhões em 2024.
Entre as renúncias fiscais, Haddad tentou acabar com o Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos) e a desoneração da folha de pagamentos em 2024. Depois de acordo com o Congresso, a equipe econômica aceitou um fim gradual dos programas.