A declaração da chefe das Mulheres foi dada durante sessão da CEP (Comissão de Ética da Presidência da República) e revelada pelo O Estado de S. Paulo. O áudio não é público e está em poder da comissão.
Segundo o jornal, a ministra indicou que ignora o chamado de outros 2 colegas de Esplanada: Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Márcio Macêdo (Secretaria Geral da Presidência).
“Na hora que estou com tudo organizado o presidente chama, a Janja chama, Rui chama. O Palácio chamou… O presidente chamou tem que deixar tudo, Rui chamou tem que deixar tudo. Os únicos que eu consigo enrolar são o Márcio e o Padilha, os outros eu não consigo. Isso se chama hierarquia, respeito à autoridade”, teria dito a ministra.
Assim como Padilha e Macêdo, Cida também periga perder o cargo na reforma ministerial. Em seu lugar, há quem diga que a ministra Luciana Santos, da Ciência, Tecnologia e Inovação pode assumir a cadeira das Mulheres.
Questionado pelo O Estado de S. Paulo, com base na gravação, o Ministério das Mulheres negou que Janja receba tratamento especial e diferente de outros ministros.
Leia a nota do ministério:
“Como ministra de Estado, Cida Gonçalves jamais deixou de atender a qualquer outro ministério. O Ministério das Mulheres possui articulação institucional com todas as outras pastas do governo, até por conta da transversalidade dos temas tratados. Naturalmente, algumas pautas são mais complexas do que outras e as atinentes à Secretaria Geral da Presidência e à Secretaria de Relações Institucionais são mais extensas e demandam tempo, por envolver, respectivamente, a articulação com entidades da sociedade civil e a relação com o Congresso Nacional.”
O Poder360 questionou o órgão e também a CEP via e-mail a respeito do áudio e das declarações da ministra. Até a publicação desta reportagem, não recebeu resposta. O espaço está aberto.
OUTRAS ACUSAÇÕES
Depois da demissão, a ministra teria usado uma reunião para “ameaçar” o emprego de funcionárias que faziam parte da equipe de Foro. Em uma gravação obtida pelo Alma Preta, é possível ouvir a ministra dizendo “quem é dela e quem veio com ela, tinha que ir”.
A ministra também foi acusada de contribuir para um ambiente de trabalho marcado por assédio moral e perseguição. O site registrou laudos de problemas como síndrome de burnout, crises de pânico e de ansiedade por causa do ambiente de trabalho. Ao todo, foram 59 demissões registradas no DOU (Diário Oficial da União) desde o início da gestão de Cida Gonçalves.
Na 2ª feira (24.fev), a CEP (Comissão de Ética Pública da Presidência da República) decidiu arquivar as acusações à ministra.