Obras com foco em combustíveis fósseis vão na contramão de compromissos climáticos; país lida com risco de escassez de energia
Diante de riscos de escassez de energia, a China deu início em 2024 a um amplo programa de construção de usinas a carvão. As iniciativas, quando estiverem em pleno funcionamento, serão capazes de gerar 94,5 gigawatts, maior volume relacionado a novas obras desde 2015.
O investimento vai na contramão do compromisso do país de depender menos de combustíveis fósseis, conforme destacaram duas organizações de monitoramento internacional — Centre for Research on Energy and Clean Air e Global Energy Monitor — em relatório publicado na 5ª feira (14.fev.2025).
“Se o carvão mantiver uma alta participação no sistema de energia da China por muito tempo, será muito mais difícil alcançar uma rápida redução nas emissões”, disse à Reuters Qi Qin, do Centre for Research on Energy and Clean Air.
Qi também alertou para um possível comprometimento das metas climáticas globais, mesmo que tenha havido aumento, também, da capacidade chinesa de produzir energias renováveis em 2024.
China e EUA são os países que mais emitem gases do efeito estufa. Enquanto os chineses lidam com projetos que ora retrocedem, ora avançam no combate ao aquecimento global, os norte-americanos decidiram sair, mais uma vez, do Acordo de Paris —tratado internacional para reduzir as emissões.
