Dólar volta a cair apesar de tarifas de Trump; Ibovespa sobe aos 126,5 mil pontos com IPCA

Dólar volta a cair apesar de tarifas de Trump; Ibovespa sobe aos 126,5 mil pontos com IPCA


Com mínima a R$ 5,7577, a moeda norte-americana fechou em queda de 0,31%, cotada a R$ 5,7678; o índice da B3 encerrou em alta de 0,76%

Pexels/Towfiqu barbhuiyaLEILÃO-DÓLAR
Depois de ter recuado 5,56% em janeiro, a divisa já acumula desvalorização de 1,18% em fevereiro

O dólar experimentou queda moderada na sessão desta terça-feira (11), apesar de o presidente dos EUA, Donald Trump, ter confirmando ontem à noite a imposição de tarifas de importação de 25% sobre alumínio e aço a partir de março. Tirando uma alta pontual na abertura dos negócios, o dólar operou em baixa ao longo do restante da sessão. Com mínima a R$ 5,7577, fechou em queda de 0,31%, cotado a R$ 5,7678. Depois de ter recuado 5,56% em janeiro, a divisa já acumula desvalorização de 1,18% em fevereiro e de 6,67% no ano.

A moeda americana também perdeu valor em relação a pares, em especial o euro, e na comparação com a maioria das divisas emergentes. Peso mexicano e o real se valorizaram a despeito de Brasil e México figurarem, ao lado do Canadá, no grupo dos três maiores exportadores de aço aos EUA. A avaliação de que pode haver espaço para negociação em torno das tarifas, com eventual postergação do início da cobrança ou até adoção de regime de cotas, ajuda a explicar a manutenção do apetite pelo real e seus pares.

Lá fora, o índice DXY – termômetro do comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes – passou o dia em baixa moderada, em razão sobretudo de valorização do euro, e operava pouco abaixo dos 108,000 pontos no fim da tarde, após mínima aos 107,782 pontos. A perda de força do DXY se deu mesmo diante de leve redução das apostas em mais cortes de juros nos EUA neste ano, após o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, reiterar, em audiência no Senado americano, que não há pressa em ajustar a política monetária.

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Ferramenta de monitoramento do CME Group mostrou um aumento das chances de que o Fed promova apenas um adicional de 25 pontos-base da taxa básica em 2025. Investidores aguardam amanhã a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) em janeiro para calibrar suas apostas.

A combinação da perspectiva de manutenção ou leve corte de juros pelo Fed com a expectativa de que a taxa Selic atinja 15% leva a uma ampliação do diferencial de juros, o que tende a amparar a moeda brasileira. Operadores ressaltam que com as altas acumuladas da Selic tornaram muito custosa a manutenção de posições “compradas” na moeda americana.

A desaceleração do IPCA de 0,52% em dezembro para 0,16% em janeiro, foi explicada basicamente pelos preços de energia elétrica, com o bônus de Itaipu. O índice cheio mascara uma dinâmica inflacionária ainda preocupante, com pressão de núcleos e serviços – o que leva o mercado a manter a aposta em Selic terminal acima de 15%.

Ibovespa

A comportada leitura do IPCA em janeiro, de 0,16%, contribuiu para o dia de apetite por risco na B3, com câmbio e juros em baixa, e Ibovespa em alta de 0,76%, a 126.521,66 pontos, no fechamento. Assim, o índice brasileiro andou bem à frente das referências de Nova York na sessão, com variação entre -0,36% (Nasdaq) e +0,28% (Dow Jones) no encerramento. Na B3, o giro financeiro ficou em R$ 20,1 bilhões. Da mínima à máxima do dia, o Ibovespa oscilou dos 125.569,96 aos 126.886,27 pontos, saindo de abertura aos 125.571,39 pontos. No mês, o Ibovespa volta ao positivo (+0,31%), com ganho de 1,53% na semana.

Ainda assim, na B3, desde a manhã, o dia foi majoritariamente positivo para as ações de primeira linha, à exceção dos carros-chefes Vale (ON -0,43%) e Petrobras, que fechou o dia em situação um pouco melhor (ON +0,55%, PN sem variação). Na ponta ganhadora do Ibovespa, destaque para Carrefour (+10,08%), Hapvida (+7,26%) e TIM (+6,95%).

O Carrefour Brasil informou que a Península, gestora de recursos da família Diniz, converterá todas as suas ações brasileiras em ações do Grupo Carrefour. A colocação surge após o Carrefour França submeter hoje à administração uma proposta para converter a companhia em subsidiária integral. Com isso, haveria a deslistagem do Carrefour Brasil do Novo Mercado. No lado oposto na sessão, Automob (-3,45%), Azul (-3,01%) e CSN (-2,21%).

 

*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Carolina Ferreira





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