Cortes da USaid preocupam países africanos

Cortes da USaid preocupam países africanos


Trabalhadores de saúde na África relatam que algumas instalações já foram fechadas

Os cortes de orçamento realizados pelo presidente Donald Trump (Partido Republicano) na USaid (Agência para o Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos), em fevereiro de 2025, têm causado preocupação entre os trabalhadores humanitários que atuam na África.

Depois que presidente-norte americano congelou a ajuda externa dos Estados Unidos, programas emergenciais como o tratamento de pessoas com HIV foram interrompidos. Na Etiópia, funcionários de um escritório da USaid em Adis Abeba esvaziaram suas mesas na última 4ª feira (5.fev.2025).

De acordo com a Fundação Americana para Pesquisa da Aids, a suspensão de 90 dias do trabalho dos agentes humanitários deve impactar mais de 20 milhões de pacientes e 270.000 trabalhadores de saúde.

“Com uma paralisação de 90 dias, estimamos que isso significará que 135.987 bebês serão infectados pelo HIV”, informou a Fundação, que fornece tratamento antirretroviral para aproximadamente 680.000 mulheres grávidas com HIV.

Marco Rubio, secretário de Estado dos EUA e diretor interino da USaid, afirmou que “tratamentos que salvam vidas” não farão parte do congelamento financeiro. Segundo o G1, no entanto, trabalhadores que atuam no continente africano relatam que algumas instalações já foram fechadas.

O QUE É A USAID
A USaid foi criada em 1961 foi pelo então presidente John Kennedy. Por decreto, ele unificou diversos programas assistenciais dos EUA. Até a chegada do republicano Donald Trump à Casa Branca no início de 2025, o órgão atuava em mais de 100 países.

Nos anos 1960 e 1970, a agência era vista em países do Terceiro Mundo, como o Brasil, como um instrumento de interferência norte-americana para promover os valores políticos dos EUA. Nos movimentos de esquerda brasileiros, a USaid (cujo nome era pronunciado “usáid” por aqui) era considerada uma espécie de besta-fera do imperialismo.

A partir dos anos 1980 e, mais recentemente, nos anos 2000, a USaid passou a atuar em pautas mais ligadas a direitos humanos, meio ambiente e a favor de minorias. Houve uma aproximação de temas identitários e assim a imagem da agência mudou, passando a ser respeita pelas esquerdas em países como o Brasil –e pelos militantes do Partido Democrata nos EUA.





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