Suspensão já está em vigor, mas não afeta envios; motivos não foram esclarecidos pela agência
Os correios dos Estados Unidos suspenderam o recebimento de pacotes oriundos da China e de Hong Kong. A medida foi anunciada em comunicado publicado na 3ª feira (4.fev.2025) no site oficial do serviço postal norte-americano.
O órgão não esclareceu os motivos que levaram à proibição, que já está em vigor. Conforme a nota, a medida não afeta os envios. Cartas e envelopes pequenos, chamados de “flats”, continuarão sendo recebidos pelos correios dos EUA –ou seja, a restrição impacta apenas encomendas de maior volume
A medida foi comunicada logo depois de o presidente norte-americano, Donald Trump (Partido Republicano), decretar o fim da regra “de minimis”, que permitia a qualquer pessoa, inclusive exportadores de produtos, o envio de pacotes com valor inferior a US$ 800 (R$ 4.600), sem que fossem aplicadas tarifas adicionais ou feitas inspeções.
Segundo a Reuters, Trump associava a regra “de minimis” à crise da droga fentanil, a qual o presidente norte-americano culpava a China. Mais da metade dos pacotes enviados sob a justificativa da regra vinham do país asiático. Além disso, gigantes do e-commerce como Shein e Temu cresceram exponencialmente no mercado dos EUA se aproveitando da “de minimis”.
O fim da regra está inserida no decreto que taxa em 10% produtos importados da China. A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse na 6ª feira (31.jan) que a medida será tomada em resposta ao “fentanil ilegal” que o país asiático forneceu e permitiu que fosse distribuído nos Estados Unidos. Segundo ela, isso foi “algo que matou dezenas de milhões de norte-americanos”.
Em resposta, a China anunciou, na 3ª feira (4.fev), que vai impor tarifas de 10% a 15% a certos produtos norte-americanos –como carvão, gás natural e maquinário agrícola. O governo chinês ainda impôs restrições à exportação de certos minerais críticos, muitos dos quais são usados na produção de produtos de alta tecnologia.