Vieira discursa contra anistia do 8 de Janeiro e emendas

Vieira discursa contra anistia do 8 de Janeiro e emendas


Deputado demarcou posicionamento ideológico, defendeu o fim da escala 6×1 e criticou o Centrão

Candidato a presidente da Câmara dos Deputados, Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ) discursou contra a anistia do 8 de Janeiro, um dos principais desafios do próximo presidente da Casa.

Vieira destacou posicionamentos e compromissos de esquerda e criticou o Centrão, grupo político hegemônico na Câmara, que tem Hugo Motta (Republicanos-PB) como candidato favorito.

O congressista criticou a extrema-direita, a quem responsabilizou por tentativas de golpe contra a democracia nos últimos anos. “Já teve carro bomba, homem bomba, plano de assassinato, portanto, nenhum projeto que vise anistiar os golpistas pode ser pautado, os golpistas precisam ser responsabilizados e presos”, declarou.

O deputado criticou os “moderados”. “Não podemos permitir que o Brasil seja como Ustra planejou”, disse, em crítica à ditadura militar.

Em referência ao favoritismo de Motta, que reúne 18 partidos aliados, Vieira disse que “acordão tem limite”. “Não será suficiente para derrotar a extrema direita. É tempo de coragem”, afirmou. 

EMENDAS PARLAMENTARES

Vieira também criticou as emendas parlamentares. Seu partido, o Psol, é autor da ação analisada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Flávio Dino, que bloqueou R$ 4,2 bilhões em recursos oriundos das transferências designadas por congressistas no orçamento da União.

O deputado se referiu a elas como um “sequestro do orçamento”. “Não somos contra emendas como forma de contribuição complementar, contudo a forma como acontece hoje é disfuncional, ineficiente e escandalosa”, disse.

Para Vieira, o “orçamento secreto não foi superado, mas repaginado” devido à falta de transparência.

“Esse modelo gera uma pulverização desses recursos com menos controle externo. É o Executivo que tem corpo técnico, visão panorâmica e instrumentos para dar racionalidade à aplicação desses recursos”, declarou.

Vieira ainda criticou as emendas de comissão, que chamou de “espaço aberto à corrupção”. Ele propôs reduzir o valor total das emendas e criar mecanismos de distribuição dos valores com isonomia entre os congressistas.

Vieira também defendeu o projeto que dá fim à escala 6×1, capitaneada pelo Psol na Câmara. Ainda mencionou a isenção do imposto de renda para quem recebe até R$ 5.000 e a taxação de grandes fortunas.

O deputado saiu em defesa da pauta ambiental e indígena e da regulamentação das redes sociais, entre outras bandeiras do partido e da esquerda.

“Precisamos de uma Câmara transparente, popular, em defesa do estado laico e pela democracia”, declarou.

Vieira finalizou com mais uma alfinetada na composição de Motta. “Eu não quero ser presidente do sindicato do Centrão, eu quero ser guardião da democracia”, disse.

O discurso de Vieira contrasta com o de Marcel van Hattem (Novo-RS), que também disputa a presidência, representando bandeiras de direita.





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