Em conversa com jornalistas nesta quinta-feira (30), o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), revelou as expectativas do Executivo a respeito da condução de Davi Alcolumbre (União-AP), preferido para assumir a presidência da Casa a partir das eleições do próximo sábado. De acordo com ele, a tendência é de uma presidência colaborativa no que chama de matéria “estruturante”, mas não em projetos de natureza ideológica.
Matéria estruturante é como o governo constantemente se refere a projetos que tratam de reformas econômicas, das quais muitas restaram em 2024 para serem avaliadas esse ano, a exemplo da reforma das pensões militares e do imposto de renda. Nessas, o líder governista afirmou que os sinais de Alcolumbre foram de “não atrapalhar”.
Para questões que envolvam interesses sociais ideológicos, como projetos envolvendo questões de gênero, já existe o entendimento de que Alcolumbre não dará apoio, uma vez que sua posição requer equilíbrio em relação às demandas do PL, que também faz parte da costura para sua presidência.
Jaques Wagner também antecipa que os dois próximos anos tendem a ser de embate mais intenso com o maior partido da oposição diante da proximidade das eleições de 2026, na qual há expectativa por parte dos aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro de ampliação da bancada.
O senador também comentou sobre as conversas entre o governo e o atual presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), do qual o presidente Lula, mais cedo, declarou que gostaria de ter como candidato ao governo mineiro em 2026. Jaques revelou que, apesar da especulação sobre a entrega de um ministério a Pacheco, este até o momento “não demonstrou interesse” em assumir uma pasta.
Pacheco é cogitado para assumir o Ministério da Defesa, onde já houve manifestação do atual ministro, José Múcio Monteiro, para sair. Essa saída, porém, foi solicitada para que aconteça apenas a partir de 2026, não fazendo parte da próxima reforma ministerial, prevista para acontecer apenas após as eleições das mesas diretoras da Câmara e Senado.