Sob Lula, contas tiveram deficit de R$ 44,0 bilhões; secretário do Tesouro minimiza falas do presidente sobre medidas fiscais
O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, disse nesta 5ª feira (30.jan.2025) que o deficit primário de R$ 44,0 bilhões em 2024 foi o 2º melhor resultado da década, atrás só de 2022, quando teve superavit de R$ 54,09 bilhões em termos reais. Defendeu que as falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre medidas fiscais foram descontextualizadas e que o governo poderá adotar novas medidas fiscais “se necessário”.
Nesta 5ª feira (30.jan.2025), Lula disse que, se depender dele, “não haverá mais nenhuma medida fiscal”, em referência aos cortes de gastos públicos. Ceron minimizou a fala do presidente.
“Junto com esse comentário, ele também mencionou que, se for necessário, adotaria que forem necessárias para manter o país estável e a responsabilidade fiscal é compromisso dele e do governo dele”, disse.
O secretário completou: “Eu acho que não pode ser descontextualizada o comentário. Eu acho que é uma frase absolutamente natural de se esperar. Ele tem preocupação legítima em não prejudicar as políticas sociais que são importantes para a população mais carente do país”.
Ceron defendeu que Lula deu uma “sinalização positiva” no caminho do ajuste fiscal. O governo teve deficit primário de R$ 44,0 bilhões em 2024, mas os gastos com as enchentes no Rio Grande do Sul e queimadas no Brasil ficaram de fora da meta fiscal. O Tesouro Nacional contabilizou que essas despesas somaram R$ 32 bilhões no ano passado.
Com isso, o saldo negativo nas contas públicas foi de R$ 11,0 bilhões, ou 0,09% do PIB (Produto Interno Bruto). Segundo Ceron, o governo “sempre disse” que iria atingir o resultado primário apresentado nesta 5ª feira (30.jan.2025).
O secretário disse que medidas não avançaram no Congresso, como o fim da desoneração da folha salarial e o Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos). A frustração poderia tornar o resultado primário positivo, segundo Ceron.
O secretário declarou que foi o 2º maior resultado fiscal da década e que “os resultados estão vindo”.
E seguiu: “O nosso plano teria sido concluído com 100% desse processo de reversão do deficit primário. O país vem nos últimos anos aumentando os deficits primários […] e esse esforço de recuperação é brutal. E a gente foi bem-sucedidos numa reversão de tendências e os resultados são expressivos em termos de recuperação fiscal”, disse.