Uma nova entrevista envolvendo a polêmica do escaneamento de íris está dando o que falar. Confira a resposta de Damien Kieran sobre o tema delicado
Após o projeto World ID viralizar com o pagamento por escaneamento de íris, em São Paulo, a Globo resolveu investigar a atividade e conseguiu localizar e conversar com o vice-presidente de privacidade da Tools for Humanity, Damien Kieran, que está no Brasil e concedeu entrevista ao repórter Tiago Eltz.
O “Jornal Nacional” exibiu a conversa na íntegra, surpreendendo pelas revelações no noticiário, já que o homem de negócios revelou, sem rodeios, como a companhia visa lucrar com as informações coletadas.
“Como a empresa pretende lucrar com as informações que vem acumulando?”, questionou Eltz. Kieran então respondeu: “Vendendo as câmeras para escaneamento. Também acredito que vamos desenvolver aplicativos para rede. Mas a maneira de pensar o sistema é como um utilitário, e então construiremos produtos e serviços com base nesse utilitário. Não venderemos o sistema, mas produtos para ele”.
Vale reforçar que a Agência Nacional de Proteção de Dados (ANPD), estipulou que a companhia deixe de bonificar as pessoas que escanearem a íris.
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Tiago continuou, colocando Damien contra a parede, no diálogo transmitido para todo o país: “Como você se sente sobre as pessoas que estão autorizando o scaner da íris sem saber para quê?”.
A personalidade internacional devolveu: “Nossos materiais que ensinam sobre o serviço são excelentes, e acho que vamos além do que muitos serviços fazem pela educação. Mas nosso objetivo é continuar melhorando esses serviços à medida que recebemos o retorno das pessoas. Atualmente, nosso entendimento é que as pessoas consideram essas informações muito úteis”.
De maneira incisiva, o comunicador insistiu: “As pessoas estão entrando em uma loja, tendo a íris escaneada, e saindo com dinheiro. Como você chama isso?”.
Acontece que o entrevistado negou, tentando contornar a situação: “Temos que deixar bem claro que o que você descreveu agora não é entrar em um lugar, escanear a íris e ganhar dinheiro. O que você acabou de descrever são pessoas que entram em um lugar, olham para uma câmera avançada e, 24 horas depois, obtém algumas moedas que eles podem então usar na rede”.
“Não. Eles estão sacando o dinheiro”, pontuou o colaborador do “JN”, sob o comando de Renata Vasconcellos e William Bonner. O vice-presidente de privacidade da Tools for Humanity retrucou: Podem usar na internet ou transformar em dinheiro. Eles podem fazer uma variedade de coisas diferentes. É muito importante nós sermos precisos aqui”.