Pelé calou os críticos e mostrou, mais uma vez, que tinha uma grande capacidade de improvisação
No Memória da Pan de ontem, falei sobre a vitória da seleção contra a Inglaterra, pela segunda rodada da primeira fase da Copa de 1970, no México. Gostaria de voltar à estreia da equipe de Zagallo diante da Tchecoslováquia. Apesar do descrédito da torcida pela participação da equipe nacional na competição, o Brasil mostrou a que veio logo no primeiro jogo e aplicou uma sonora goleada no adversário.
BRASIL 4 x 1 TCHECOSLOVÁQUIA – Guadalajara – 03.06.70
Brasil: Félix, Carlos Alberto, Brito, Piazza e Everaldo; Clodoaldo, Gérson (Paulo Cézar), Jairzinho, Tostão, Pelé e Rivellino
Técnico: Zagallo
Tchecoslováquia: Viktor, Dobias, Horvath, Migas e Hagara; Hrdlicka (Kvasnak), Kuna, Frantisek Vesely (Bohumil Vesely), Petras, Adamec e Jokl
Técnico: Joseph Marko
Árbitro: Ramón Barreto (Uruguai)
Gols: Petras (12) e Rivellino (25) no primeiro tempo. Pelé (15) e Jairzinho (19 e 38) na etapa final
Público: 52.000
A seleção saiu perdendo, mas Rivellino garantiu o empate ainda no primeiro tempo em uma cobrança de falta. A imprensa dizia que o jogador era dono de uma “patada atômica”. Ainda na etapa inicial, Pelé estava na intermediária do Brasil quando viu o goleiro Viktor adiantado e não teve dúvidas: chutou ao gol de uma distância de 60 metros! Na hora, os colegas de Pelé olharam para ele sem entender o que estava acontecendo.
O goleiro tcheco voltou correndo desesperado para a meta, mas a bola passou a centímetros da trave esquerda. Seria o gol maior das Copas. Durante todo o mundial, Pelé surpreendeu os críticos que não acreditavam mais na capacidade dele de improvisar. Foi o que ele mais fez. O narrador mexicano Pedro Carbajal declarou: “Ele tentou o gol mais bonito que eu já vi. Digo, que eu não vi”.
Na etapa final, Pelé desempatou e Jairzinho balançou as redes adversárias duas vezes. Foi uma apresentação de gala rumo ao tricampeonato mundial.
Eu te convido a ouvir a partida por duas transmissões diferentes: a primeira, nas vozes de Jorge Curi (Rádio Nacional-RJ) e Waldir Amaral (Rádio Globo). A segunda, pela “Rede da Copa”: Jovem Pan, Bandeirantes e Nacional-SP. Nessa gravação, há apenas a etapa final por causa de um problema que houve, na época, na linha da Embratel.
Rádio Nacional
Rede da Copa
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.