Farmácias querem manter reserva e lucro, dizem supermercados

Farmácias querem manter reserva e lucro, dizem supermercados


Associação sugeriu ao governo que varejo passe a vender remédios sem receita para reduzir preços dos alimentos; entidades farmacêuticas criticaram

A Abras (Associação Brasileira de Supermercados) respondeu nesta 5ª feira (23.jan.2025) o posicionamento da Abrafarma (Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias), dizendo que esta “está preocupada em manter a reserva de mercado e, consequentemente, o lucro das farmácias”. Eis a íntegra do texto (PDF – 79 kB).

A Abrafarma, por sua vez, criticou a proposta de venda de medicamentos que não exigem receita em supermercados. A representante do varejo defendeu a medida como sugestão ao governo para reduzir a inflação de alimentos.

Em nota, a Abras argumentou que o objetivo é “reduzir os preços dos remédios”. Afirmou que, quando a venda em supermercados foi autorizada, os valores caíram em 35%, segundo pesquisa da Nielsen.

O presidente da Abrafarma, Sérgio Mena Barreto, havia criticado a proposta. Disse que a venda de MIPs (medicamentos isentos de prescrição) por supermercados provocaria um “desequilíbrio econômico”, já que os produtos correspondem à 30% das vendas em farmácias.

“Nas 93.000 farmácias brasileiras, que cobrem 99% das cidades do país, geramos 2 milhões de empregos diretos; 56.000 farmácias são optantes do Simples/micro-empresas”, disse. “Aprovar MIPs em supermercados, apenas para lhe dar MAIS UMA categoria de vendas, é provocar o desequilíbrio econômico de um setor que funciona bem e é muito respeitado em todo o mundo”, completou.

Barreto defendeu ainda que o custo de operação de uma farmácia é alto com aluguel, salários, estoques e outros. Disse que a medida teria um efeito rebote de aumento nos preços de medicamentos de prescrição, impactando negativamente a população, principalmente os mais pobres. As farmácias dizem que os MIPs têm riscos e podem exigir indicação específica. Afirmou que em 68% dos casos o cliente esclarece suas dúvidas com o farmacêutico. Leia a íntegra da nota (PDF – 58 kB).

“Quem vai responder a essas perguntas no supermercado? O açougueiro? O padeiro? O caixa?”, questionou Barreto. “Será lamentável que, num governo que sempre colocou a saúde das pessoas em 1º lugar, a ‘marca’ dessa gestão Lula 2023-2026, seja a destruição das farmácias, o aumento da automedicação e o agravo de doenças crônicas na população”, completou.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse na 2ª feira (20.jan), durante a 1ª reunião ministerial de 2025, que os ministros têm que trabalhar para abaixar os preços dos alimentos. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, declarou na 4ª feira (22.jan) que o governo está trabalhando em medidas para baratear os alimentos.

Segundo noticiou o jornal Valor Econômico, a Abras teria sugerido ao governo vender medicamentos em supermercados para viabilizar a queda dos preços dos alimentos.





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