Letalidade sobre duas rodas atinge 483 vítimas e representa 46,8% das mortes no trânsito da capital
O número de mortes de motociclistas na cidade de São Paulo atingiu 483 vítimas em 2024, um aumento de 19,8% em relação às 403 mortes registradas em 2023, mostram dados divulgados nesta 2ª feira (20.jan.2025) pelo Infosiga, sistema estadual de monitoramento do trânsito. As mortes de motociclistas representam 46,8% do total de 1.031 óbitos no trânsito da capital paulista no ano passado.
A gestão Ricardo Nunes (MDB) usa estes dados para manter a proibição do serviço de mototáxi na capital, estabelecida por decreto em 2023. Desde a última 4ª feira (15.jan.2025), quando a empresa 99 Tecnologia começou a oferecer o serviço, a prefeitura apreendeu 143 motocicletas por transporte irregular de passageiros.
Em nota, a prefeitura afirma implementar ações para a segurança viária, como a faixa azul, sinalização exclusiva para motociclistas que já cobre 212,2 quilômetros de vias. Nos últimos 4 anos, foram criadas 1.088 frentes seguras para motos. Para pedestres, a gestão municipal implantou áreas calmas, 12 mil faixas de travessia e reduziu a velocidade máxima de 50 quilômetros por hora para 40 quilômetros por hora em 24 vias da capital.
O crescimento nos acidentes acompanha a expansão da frota de motocicletas, que aumentou 35% em dez anos na capital. O número de motos passou de 833 mil em 2014 para 1,3 milhão em 2024.
Em todo o Estado de São Paulo, as mortes de motociclistas cresceram 16,1%, passando de 2.261 em 2023 para 2.626 em 2024. Na contramão, os óbitos de ocupantes de automóveis na capital caíram 10,7%, de 112 para 100 vítimas, enquanto no Estado subiram 10,2%, de 1.230 para 1.355 mortes.
O levantamento mostra ainda que as mortes de ciclistas na capital aumentaram 29,4%, de 34 para 44 vítimas. No Estado, o crescimento foi de 11,5%, passando de 356 para 397 óbitos.
Com 6.099 mortes no Estado e 1.031 na capital, 2024 registrou o segundo maior número de óbitos no trânsito desde 2015, quando o Infosiga começou a divulgar os dados. O ano mais letal foi 2015, com 6.321 mortes no Estado e 1.101 na capital.
O Detran-SP diz ter intensificado as campanhas educativas em 2024, com foco em pedestres e motociclistas. O departamento também aumentou em 56% o número de motoristas abordados em operações contra alcoolemia ao volante, chegando a 401.713 fiscalizações no ano.