Em comício em Washington D.C., o republicano diz que vai liberar arquivos classificados e determinar ações contra a imigração ilegal
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), disse no domingo (19.jan.2025) que vai implementar de forma rápida diversas promessas de campanha de 2024. Ao discursar para apoiadores em Washington D.C., o republicano prometeu liberar arquivos classificados relacionados a morte de figuras de destaque e determinar ações contra a imigração ilegal.
Trump também falou sobre, possivelmente, perdoar quem tenha participado da invasão do Capitólio, sede do congresso norte-americano, em 6 de janeiro de 2021. Ele não abordou o assunto diretamente, mas afirmou que os presentes ficariam “muito felizes” com suas decisões com relação aos “reféns” do 6 de Janeiro.
O republicano afirmou que “cada ordem executiva radical e tola” do governo de Joe Biden (Partido Democrata) “será revogada poucas horas depois” que ele fizer o juramento de posse.
“Pararemos a imigração ilegal de uma vez por todas. Não seremos invadidos. Não seremos ocupados. Não seremos conquistados. Seremos uma nação livre e orgulhosa mais uma vez”, declarou.
Eis os principais pontos do discurso de Trump:
- imigração – Trump disse que vai “parar a invasão” das fronteiras. Afirmou que está herdando “uma crise catastrófica” na imigração. “Ninguém consegue acreditar que eles [governo Biden] deixam as pessoas entrarem. Eles têm uma política de fronteira aberta”, declarou. “Cadeias, prisões, instituições mentais, gangues sendo esvaziadas através daquela fronteira feia e aberta”, disse. “Agirei com velocidade e força históricas e consertarei cada crise que nosso país enfrenta”, afirmou. “Quando o sol se pôr amanhã [2ª feira (20.jan)] à noite, a invasão de nossas fronteiras terá parado”, disse, acrescentando que as pessoas que entraram nos EUA de forma ilegal “estarão, de uma forma ou de outra, voltando para casa”. Trump declarou que “as medidas de segurança de fronteira” que vai detalhar em seu discurso de posse “serão o esforço mais agressivo e abrangente para restaurar as fronteiras [norte-americanas] que o mundo já viu”. O republicano disse: “Expulsaremos todos os estrangeiros ilegais, membros de gangues e imigrantes criminosos operando em solo norte-americano”;
- TikTok – Trump atribuiu a ele o crédito pela volta do aplicativo nos EUA; a plataforma ficou algumas horas indisponível no fim de semana por decisão da Justiça norte-americana. “A partir de hoje, o TikTok está de volta”, afirmou. “Eu disse que precisamos salvar o TikTok porque estamos falando de um [negócio] tremendo”, declarou, acrescentando que o aplicativo é “muito” popular. “Francamente, não temos escolha. Temos de salvar muitos empregos. Não queremos dar nosso negócio para a China”, disse. Segundo Trump, a rede social será uma joint venture em que os EUA têm 50%. “E não há risco. Não estamos investindo dinheiro. Tudo o que estamos fazendo é dando a eles a aprovação [para operar no país], sem a qual eles não têm nada”, declarou;
- classificação de documentos – Trump afirmou que pretende “reverter a classificação excessiva de documentos governamentais” para “restaurar a transparência e a responsabilidade” do governo. “Nos próximos dias, tornaremos públicos os registros restantes relacionados aos assassinatos do presidente John F. Kennedy, de seu irmão Robert Kennedy, bem como do doutor Martin Luther King Jr. e [documentos relacionados a] outros tópicos de grande interesse público. Tudo será divulgado”, disse;
- economia – Trump afirmou que sua gestão vai “cortar impostos, acabar com a inflação e cortar os preços”. Também vai “aumentar salários e trazer milhares de fábricas de volta para os EUA, onde elas pertencem”. O republicano declarou: “E isso será feito por meio de tarifas e políticas inteligentes. Nós construiremos produtos norte-americanos, compraremos produtos norte-americanos e contrataremos produtos norte-americanos”;
- sistema de defesa – o republicano declarou que dará ordens para que o Exército inicie a construção de um sistema de defesa Iron Dome, como o usado por Israel. “Será todo feito nos EUA”, afirmou;
- segurança – Trump disse que acabará com “o crime violento” nas cidades norte-americanas e dará à polícia “o apoio, a proteção, os recursos e o respeito que eles tanto merecem”. Ele afirmou: “Fortaleceremos e modernizaremos nossas forças armadas novamente”;
- liberdades – o republicano disse que vai “tirar a teoria racial crítica e a insanidade transgênero” das escolas. Ele falou ainda em “manter os homens fora dos esportes femininos” e em defender a liberdade religiosa e de expressão. “E defenderei o direito de manter e portar armas”, disse.
Trump falou sobre o acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, que entrou em vigor no domingo (19.jan). O texto foi costurado por Qatar, Egito e Estados Unidos.
“Esse acordo só poderia ter sido realizado como resultado da nossa vitória histórica em novembro”, declarou Trump, referindo-se a ter sido eleito nas eleições do ano passado. “Sei que Biden está dizendo que eles fizeram o acordo”, afirmou.
Segundo Trump, o conflito no Oriente Médio “nunca teria acontecido” se ele fosse presidente. “O Irã estava quebrado. Eles não tinham dinheiro para o Hezbollah. Eles não tinham dinheiro para o Hamas”, disse.
O republicano declarou: “Acabarei com a guerra na Ucrânia, acabarei com o caos no Oriente Médio e impedirei que a 3ª Guerra Mundial aconteça”.
Trump ainda prometeu visitar Los Angeles na 6ª feira (24.jan). Partes da cidade foram devastadas por incêndios florestais. “Juntos, vamos reconstruir Los Angeles”, disse.
Assista ao comício de Trump:
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