Justiça boliviana ordena prisão de Evo Morales por ausência em audiência de caso de tráfico de menor

Justiça boliviana ordena prisão de Evo Morales por ausência em audiência de caso de tráfico de menor


Ministério Público alega que ex-presidente iniciou um relacionamento com uma menor de idade em 2015, quando ela tinha 15 anos; pais da jovem teriam consentido em troca de benefícios

Luis Gandarillas/EFE – 06/11/2024 O ex-presidente da Bolívia, Evo Morales (2006-2019), durante uma entrevista à EFE
Advogados de Evo Moraloes apresentaram atestados médicos que indicavam broncopneumonia e bradicardia, mas juiz reheito os documentos

Um juiz na Bolívia ordenou a prisão do ex-presidente Evo Morales após ele faltar pela segunda vez a uma audiência relacionada a um caso de tráfico de menores durante seu governo (2006-2019). A decisão foi anunciada nesta sexta-feira (17) por Nelson Rocabado, juiz da cidade de Tarija, e transmitida pelo canal estatal Bolivia TV. O Ministério Público acusa Morales de tráfico de pessoas, alegando que ele teria iniciado um relacionamento com uma menor de idade em 2015, quando ela tinha 15 anos.

Segundo a investigação, os pais da jovem teriam consentido na união em troca de benefícios, e o relacionamento resultou no nascimento de uma filha no ano seguinte. Morales nega as acusações e argumenta que uma investigação semelhante foi arquivada em 2020. Durante a audiência, o juiz classificou o ex-presidente como “rebelde” por não comparecer e determinou o congelamento de seus bens e a proibição de sua saída do país. A ordem de prisão tem como objetivo conduzi-lo à presença do juiz responsável pelo caso. A promotora Sandra Gutiérrez explicou que o julgamento será suspenso até que Morales se apresente.

A ausência de Morales na audiência, inicialmente marcada para terça-feira, foi justificada por seus advogados com atestados médicos que indicavam broncopneumonia e bradicardia. Contudo, o juiz rejeitou os documentos, considerando-os juridicamente inválidos. De acordo com o Ministério Público, os pais da jovem a inscreveram na “guarda juvenil” de Morales para obter vantagens políticas e econômicas. O caso atual é tratado como tráfico de pessoas, o que pode levar a uma pena de 10 a 15 anos de prisão.

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Apesar de uma ordem de prisão já ter sido emitida, Morales permanece em Cochabamba, seu reduto político, sob a proteção de seus apoiadores. Segundo Vicente Choque, líder sindical próximo ao ex-presidente, mais de 2.000 pessoas estariam organizadas em turnos para garantir a segurança de Morales. O líder político de esquerda acusa o governo do presidente Luis Arce, seu ex-aliado, de perseguição política. Ele alega ser vítima de uma “brutal guerra jurídica” com o objetivo de excluí-lo das eleições presidenciais de agosto de 2025.

*Com informações da AFP
Publicada por Felipe Dantas





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