Lula publica MP que impede cobrança adicional ou imposto no Pix

Lula publica MP que impede cobrança adicional ou imposto no Pix


Medida provisória foi divulgada no Diário Oficial da União; equipara o pagamento via Pix ao dinheiro em espécie

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou a MP (Medida Provisória) que impede cobranças adicionais ou impostos sobre o Pix. O texto foi publicado no Diário Oficial da União. Eis a íntegra (PDF – 578 kB).

A MP estabelece regras para “ampliar e garantir a efetividade do sigilo” , além da “não incidência de preço superior, valor ou encargo adicional” sobre os pagamentos.

O texto define como prática abusiva a “exigência” de preço superior feita por fornecedores de produtos ou serviços em estabelecimentos físicos ou virtuais. O infrator estará sujeito a penalidades previstas na legislação do direito do consumidor.

Além disso, os fornecedores deverão informar o cliente “de forma clara e inequívoca” sobre a vedação de cobrança do preço superior, valor ou encargo adicional.

Segundo a MP, caberá à Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça e Segurança Pública publicar um ato para regulamentar a legislação. A medida provisória passa a valer desde a publicação, mas ainda precisa do aval do Congresso Nacional para não vencer.

PIX & DINHEIRO EM ESPÉCIE

A medida provisória também equipara o Pix ao pagamento em espécie. Não incidirá tributo (imposto, taxa ou contribuição) no uso da ferramenta digital.

A legislação determina que o BC (Banco Central) será o responsável por normatizar e implementar as medidas que garantam a “preservação da infraestrutura digital pública”, além da privacidade das informações financeiras processadas no âmbito do Pix e do Sistema de Pagamentos Instantâneos.

RECEITA DERRUBA FISCALIZAÇÃO

A medida provisória foi publicada no dia seguinte que a Receita Federal anunciou a derrubada da instrução normativa que aumentava a fiscalização sobre transferências acima de R$ 5.000 do Pix de pessoas físicas. Isso não significa que foi criada uma taxa do governo por operação, como informaram publicações nas redes sociais que acuaram o governo e forçaram um recuo.

A ideia era ter uma fiscalização maior, o que facilita a identificação de quem não paga tributos e pode trazer mais custos na declaração do Imposto de Renda ou em uma facilidade para cair na “malha-fina”.

A cobrança de tarifas extras no comércio se dá por causa de uma desconfiança dos comerciantes em relação ao monitoramento das transações financeiras. Como mostrou o Poder360, vários profissionais do setor avaliam que essa seria uma forma de repassar um eventual aumento dos custos ao consumidor e evitar prejuízos próprios.

As mudanças da Receita Federal foram alvo de críticas. O vídeo mais comentado com reclamações à alteração no Fisco que se popularizou nas redes foi o do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG.

Assista ao vídeo publicado pelo deputado (4min30seg):





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