Governo discute mudanças da Meta em audiência na 5ª feira

Governo discute mudanças da Meta em audiência na 5ª feira


Audiência é realizada depois da Meta ser notificada pela AGU por conta do fim da checagem de fatos na plataforma

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realizará uma audiência pública na 5ª feira (16.jan.2025) para debater as recentes mudanças da Meta, que incluem a substituição do programa de checagem de fatos pelas Notas da Comunidade (similar ao X). O sistema será aplicado inicialmente nos Estados Unidos e, em seguida, expandido para outros países.

O encontro será organizado pela AGU (Advocacia Geral da União), chefiada por Jorge Messias, em conjunto com os ministérios da Justiça e Segurança Pública, dos Direitos Humanos e Cidadania e com a Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência). Participarão representantes de órgãos do governo, de entidades da sociedade civil, especialistas, acadêmicos e agências de checagem de fatos.

Diante de tal cenário, e considerando a confirmação pela Meta da mudança de sua Política de Conduta de Ódio no Brasil, iniciativa que tem potencial efetivo de permitir graves violações de direitos humanos no país, afirma a AGU.

A audiência se dá depois de a Meta responder na 2ª feira (13.jan) a uma notificação extrajudicial do governo brasileiro. 

No documento, a empresa afirmou que a medida foi tomada para diminuir o exagero na aplicação das políticas da plataforma. Ainda caberá à empresa excluir posts com desinformação quando estes apresentarem riscos de lesão corporal ou interferência em processos políticos.

Outra mudança na política da big tech é relacionada à Política de Conduta de Ódio, que, segundo a Meta, já foi implementada no Brasil para garantir maior espaço para a liberdade de expressão”. Leia a íntegra do documento (PDF – 53 kB).

O QUE DIZ O GOVERNO

A AGU e os órgãos envolvidos manifestaram preocupação com os novos termos adotados pela Meta. Consideram que podem representar riscos à proteção dos direitos fundamentais no país.

Segundo a nota, as alterações contrariam compromissos assumidos pela empresa durante discussões sobre o Marco Civil da Internet no STF (Supremo Tribunal Federal), quando a Meta afirmou que suas políticas de governança eram suficientes para proteger os direitos dos usuários.

A confirmação da alteração e adoção, no Brasil, da Política de Conduta de Ódio que, à toda evidência, pode representar terreno fértil para violação da legislação e de preceitos constitucionais que protegem direitos fundamentais dos cidadãos brasileiros, diz em nota.





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