A Meta afirmou em ofício endereçado à Advocacia-Geral da União (AGU), na segunda-feira (13), que as mudanças da checagem de fatos da plataforma serão apenas nos Estados Unidos. A empresa ainda acrescentou que as notas da comunidade serão testadas primeiro no país, antes de qualquer expansão para outros países.
“As mudanças anunciadas visam a simplificar nossos sistemas para diminuir o exagero na aplicação de nossas políticas e reduzir erros”, aponta a Meta na nota. “A substituição do atual Programa de Verificação de Fatos independente pelas Notas da Comunidade busca garantir que pessoas com diferentes perspectivas decidam que tipo de contexto é útil para outros usuários verem. Esperamos que nossa abordagem para a desinformação seja aprimorada com o empoderamento de nossos usuários, que decidirão quando postagens são potencialmente enganosas”.
A AGU apresentou notificação extrajudicial para a Meta na última sexta-feira (10), solicitando informações sobre as mudanças na política de checagem de fatos nas plataformas de rede social da empresa: Instagram, Facebook, Whatsapp, Messenger e Threads.
A empresa reafirmou comprometimento com o respeito aos direitos humanos e à liberdade de expressão. “A Meta está profundamente comprometida com a liberdade de expressão, direito humano fundamental que permite o exercício de muitos outros direitos”, argumenta. A plataforma também acrescentou que os sistemas de gerenciamento de conteúdos chegaram a um ponto “exagerado”, o que limitou o debate político e “impediu a liberdade de expressão” que a Meta “pretende viabilizar”.
O dono da Meta, Mark Zuckerberg, anunciou na última terça-feira (7) que vai acabar com a checagem de fatos e afrouxar os filtros que limitam discursos considerados violentos no Facebook e no Instagram. Ele definiu que a medida serve para “recuperar a liberdade de expressão” a partir de um trabalho em conjunto com o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. Serão substituídas as checagens feitas por agências por notas da comunidade.
Zuckerberg ainda afirmou que a Meta tem sido perseguida pelo governo americano, que encoraja outros países a fazerem o mesmo. “Os países latino-americanos têm tribunais secretos que podem ordenar que as empresas retirem as coisas silenciosamente”.